No domingo à noite da semana passada pingou na minha página do Facebook uma das melhores coisas que eu vivi para ver em 10 anos dedicados ao heavy metal. Mesmo. Era um comunicado da produtora EV7 Live sobre um dos seus mais recentes shows, o da banda de metal extremo Destruction. No texto, a EV7 contava sobre ter visto algumas manifestações na internet incentivando o boicote dos shows das bandas extremas, incluindo o Destruction.
E o motivo: o fato de a produtora também estar organizando a vinda do Stryper ao nosso país.
E o motivo: o fato de a produtora também estar organizando a vinda do Stryper ao nosso país.
Se você não conhece, o Stryper é uma banda de heavy metal cristão, uma das mais tradicionais e bem sucedidas do chamado "white metal". A resposta da produtora ao movimento revolucionário? Usar o seu principal canal de comunicação com os fãs e anunciar o cancelamento -muito mais em tom de ameaça, porém das sérias- de todos os planos de levar shows de metal extremo para Belo Horizonte.
Uma atitude exagerada, radical, extrema e digna de 1 milhão de palmas.
Cá entre nós: não é novidade que o mundo tem problemas antiguíssimos com o cristianismo, e que muito se fale principalmente sobre a ignorância e hipocrisia cristãs. Entretanto, o metalhead mostra tal como muitas e muitas pessoas que nunca entendeu uma das primeiras lições da vida: que não se combate fogo com fogo. Você é livre para ter a sua opinião, claro, inclusive a de não gostar do Stryper e ser contra o cristianismo. Acontece. Se todo mundo pessasse igual, isso aqui seria a Matrix ou o Another Brick In The Wall de Roger Waters, não a Terra.
Uma atitude exagerada, radical, extrema e digna de 1 milhão de palmas.
Publicação by EV7 Live.
Entretanto, quando você diz a sua opinião para Deus (ops) e o mundo ouvirem, tenha em mente que as pessoas vão poder concorar e discordar de você. E que a partir do momento em que você começa a pagar ignorância com ignorância, e hipocrisia com hipocrisia, você não se torna diferente do alvo da sua crítica. O protesto e a crítica são válidos sempre, desde que sejam feitos de forma inteligente.
Tentando bolar uma fórmula do amor (e ver se o Léo Jaime a encontra), ficaria mais ou menos assim:
Tentando bolar uma fórmula do amor (e ver se o Léo Jaime a encontra), ficaria mais ou menos assim:
Nem todo metalhead é mente aberta
Mas nem todo metalhead é mente fechada
Nem todo cristão é educado
Mas nem todo cristão é um boçal
A vida é uma coisa mágica, uma viagem. Temos um planeta, bilhões de seres humanos, bilhões de opiniões, e todos precisando conviver da forma mais civilizada possível. Nesses 10 anos vi muitos roqueiros lutando contra o preconceito, para serem vistos de forma menos generalizada (gritando que nem todos são vândalos e vagabundos), mas que basearam essa mesma luta nos mesmos recursos dos quais tentavam se defender.
Isso me deixa bem triste. É algo que acontece no dia-a-dia, e a música não tem ficado de fora. Eu sei que o heavy metal é um gênero musical que questiona mais do que qualquer um a vida, a política, a religião, porém é um dos poucos gêneros que tecnicamente deveria ser o mais unido, mente aberta e educado, justamente pelo passado que nós temos.
Afinal, nós sofremos ou já sofremos a rejeição da sociedade ao menos 1 vez na vida. Que atire a primeira pedra quem não encarou o olhar torto de um parente, ou perdeu um amigo por "começar a andar com os roqueiros". Eu passei por ambos e mais de uma vez. Por que também temos que rejeitar uns aos outros? O heavy metal é lindo, só não é maior que coração de mãe, mas dentro dele cabe o metalhead pagão, cristão, sinfônico, viking, metalcoresco, progressivo.. E cabe com respeito um ao outro.
Eu sou boba, imatura e acredito nessas ideias romantizadas.
Isso me deixa bem triste. É algo que acontece no dia-a-dia, e a música não tem ficado de fora. Eu sei que o heavy metal é um gênero musical que questiona mais do que qualquer um a vida, a política, a religião, porém é um dos poucos gêneros que tecnicamente deveria ser o mais unido, mente aberta e educado, justamente pelo passado que nós temos.
Afinal, nós sofremos ou já sofremos a rejeição da sociedade ao menos 1 vez na vida. Que atire a primeira pedra quem não encarou o olhar torto de um parente, ou perdeu um amigo por "começar a andar com os roqueiros". Eu passei por ambos e mais de uma vez. Por que também temos que rejeitar uns aos outros? O heavy metal é lindo, só não é maior que coração de mãe, mas dentro dele cabe o metalhead pagão, cristão, sinfônico, viking, metalcoresco, progressivo.. E cabe com respeito um ao outro.
Eu sou boba, imatura e acredito nessas ideias romantizadas.
Para piorar, a produtora marcou os shows em datas diferentes, tornando o boicote já sem lógica ainda mais inútil. Quem não concorda com o show do Stryper, ok. Não compre ingresso e não vá assistir, é simples. Ninguém está colocando uma arma na cabeça de ninguém e obrigando a fazer coisas.
Não sei se o boicote é real, pelo que eu vejo a decisão da EV7 foi definitiva, e a produtora está de parabéns pela reação. Que ela sirva de alerta, e porque não, mais produtoras se espelhem nisso.
Não sei se o boicote é real, pelo que eu vejo a decisão da EV7 foi definitiva, e a produtora está de parabéns pela reação. Que ela sirva de alerta, e porque não, mais produtoras se espelhem nisso.
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