Marcando meu retorno ao Hardmetal Brasil em virtude das férias, decidi escrever sobre um assunto que se tornou parte da minha rotina musical recente: o visual kei. Aos leigos, uma breve explicação: o visual kei é um movimento musical surgido no Japão durante a década de 80, consistindo na mistura entre rock e metal, além do uso de instrumentos de música clássica, o que logo de cara não soa estranho se considerarmos por exemplo a existência do metal sinfônico. Entretanto, uma das características que mais proporcionou fama ao movimento foi a ênfase na aparência de seus artistas - ora mais sutil, ora mais extravagante.

    
Yoshiki: pianista, baterista, líder do X Japan e um dos pioneiros do visual kei

E como eu me interessei pelo jrock/metal? Pesquisando. Com ferramentas tão boas feito o computador e a internet, você que gosta de música e sabe usá-las só não descobre novidades se não quiser. Lembro de ter ficado curiosa com os longos cabelos coloridos dos membros do X (que mais tarde tornaria-se X Japan) em uma foto do artigo em inglês da Wikipédia, mas que foi o Versailles a me deixar mais intrigada com o bonito figurino do clipe DESTINY -The Lovers-. Atualmente essas são as bandas eu ouço, mas sempre que posso estou lendo sobre outras.

Com a nova coluna Nós somos true não quero mostrar a visão de um leigo, aprendi que é feio falar daquilo que não conhece ao menos um pouquinho. Também não será a visão de um ouvinte de anos. Será apenas a visão de uma pessoa musicalmente curiosa.

Psycho le Cému: o visual exótico remete aos animes e tokusatsus japoneses e famosidades como Power Rangers, as performances ao vivo são divertidas, e o som é bem bacana. Da esquerda para direita: Aya - guitarra, Lida - guitarra, Daishi - vocal principal, Seek - baixo e Yura-sama - vocais, bateria. A banda encerrou as atividades em 2006.

Se você não costuma julgar (negativamente) apenas pela aparência -candidato forte para se enganar com o visual kei- é legal conferir algumas dessas bandas. Sobre os figurinos, eles variam entre o bonito, divertido, excêntrico, dark..Os músicos seguem a mesma linha, desafiando em alguns casos o melhor dos observadores a dizer se esse é homem ou mulher. Essa brincadeira com a androginia me causa um certo desconforto, mas não sei.. Entendo que faz parte, pois a missão é essa: chocar. Indico esse link aqui que apesar do texto breve pode ajudar a explicar melhor.

Falando por mim, pessoa que gosta do que é belo e por isso estuda publicidade, o visual kei é curioso. Tomando como exemplo do Versailles, nota-se que a essência do som da banda é simples: momentos onde se toca power, symphonic metal, ou um rock mais leve em músicas como Amorphous e a recente Remember Forever. E eu, que andava cansada do power metal de bandas como Kamelot, Sonata Arctica, Stratovarius, Angra e Nightwish fiquei interessada pelo grupo, que usa bandas feito Dream Theater e o próprio Angra como inspiração.

Versailles. Da esquerda para direita: Teru - guitarra, Masashi - baixo (efetivado como membro oficial após o falecimento do baixista Jasmine You), Kamijo - vocal, Yuki - bateria, e Hizaki - guitarra. No começo achei que era uma mulher, e a vontade de confirmar me reservou uma surpresa..Descobrir Hizaki era homem. Tornou-se meu principal alvo de gozações, mas de respeito também. Indico a música Prayer, gravada em homenagem às vítimas do terremoto no Japão, que mostra o quanto ele é talentoso.

Fica a pergunta: eu continuo ligada ao metal ocidental? Sim, apesar de tudo. O idioma pode ser um fator contra quando se começa a ouvir música em japonês, mas pense comigo..Um dia já foi assim com o inglês ou o espanhol. É um pouco trabalhoso, mas já encontrei sites onde as letras de bandas como GazettE, Matenrou Opera e o Versailles traduzidas até mesmo para o português (obviamente).

Qualquer dia pode surgir um review kei escrito por mim aqui no blog. Quem sabe.