Cozinhei durante muito tempo um tema que fosse adequado pra começar a escrever minha coluna aqui no Hardmetal Brasil, até que encontrei um. E nada melhor do que falar de algo que eu tenho vivido na prática e não só musicalmente, fato que eu espero que dê uma força extra às minhas palavras.

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Não poucas vezes me encontro pensando no 'caminho' que andei dentro do hard, heavy ou rock até hoje. Coisa que começou com o Once -cd do Nightwish- de uma amiga do colégio (em 2004), o heavy metal me despertou a atenção principalmente pela capacidade de passar emoção através do som intenso, nada dos "barulhos sem sentido". Guitarristas, bateristas, baixistas, tecladistas dentre outros cabeludos que tocam qualquer instrumento também são músicos.

Esse primeiro contato então foi o encaixe perfeito com a minha personalidade extremamente emocional, somado ao fato de não estar passando pela melhor das fases pessoais. Entretanto, sempre gosto de não deixar minha memória falhar, e esquecer que o meu contato mais fanático com a música não foi nesse momento.

Se eu fosse listar a quantidade de gêneros musicais, bandas e cantores que conheço ficaria aqui escrevendo por um tempo razoável: pop rock oitentista, rock progressivo, adult contemporary, música gospel, dance, trance, game music, e onde tudo começou. - a música clássica. Ainda na época do colégio comecei a gostar de dormir embalada pelos concertos da rádio Mec FM (Rio de Janeiro), porque era uma boa forma de relaxar, e também porque há um bom tempo o meu Estado é bem carente de rádios que me agradem mesmo. Isso em 2002.

Correram os anos e a música dos anos 80 ganhou mais força comigo, e é aqui que eu conheço a banda mais mito da música, não importam o quanto falem mal: o Genesis da era Phil Collins - o mestre musical de quem vos escreve. O contato com programas de rádio, tv, pessoas conhecidas e a internet me tornou uma curiosa musical de maneira geral, e assim comecei a ouvir bandas como Sonata Arctica, Kamelot, Avantasia, HB e Nightwish, mas também de outras como The Police, Queen e Kansas.

Esse é o mecanismo que me impede de perder contato com as minhas raízes musicais: a necessidade manter meu equilíbrio musical. Porque tudo em excesso é bom, mas até um determinado ponto. ao menos a mim. Bater cabeça é bom, ouvir um solo virtuoso dá gosto, mas se eu ficar apenas nisso sinto que atrofio minhas orelhas, deixando claro que não tenho nada contra se você gosta apenas da música pesada: ela é rica como poucos estilos musicais são.

Um dos meus melhores exemplos de carta na manga para manter esse equilíbrio é o Lasgo, trio belga de dance music que eu respeito muito, pois apesar da troca de vocalistas eles ainda fazem música eletrônica que me cativa (!). Já atualmente o que tem mais me interessado é o adult contemporary, bisbilhotando o meu Last.fm, não vai ser estranho encontrar scroblles das minhas cantoras favoritas do estilo: Laura Pausini, Céline Dion e Lara Fabian. Ou então, músicas aleatórias de Cher, Dido e Alanis Morissette.

E sim, também arrisco escrever sobre metal mais true. Conforme já comentei aqui, tenho escutado muito os discos Reroute to Remain e A Sense of Purpose do In Flames, meses atrás estive ouvindo Trivium e até resenhei o álbum aqui aqui no blog , além de como sempre, buscar músicas aleatórias para poder conhecer as bandas (processo normal que eu sempre faço), onde o achado que mais gostei foram os finlandeses do Amorphis. Confesso que não tenho tido muito sucesso nessa parte do metal, pois é a que me faz entrar em confronto com certas idéias do que é fazer música que eu não gosto, mas acabou por chegar o dia em que enfim cedi à minha curiosidade.

(Nota: Lendo o post In Flames e "Sounds of a Playground Fading" você entende melhor essa situação)

Chegamos então ao momento em que você finalmente vai tentar me fazer a pergunta saia justa: e qual é a música que você não ouve? Várias, mas eu acredito que as principais são as que ofendam qualquer uma das minhas filosofias de vida, ou que ouvindo com mais atenção eu perceba serem apenas um mero amontoado de notas musicais. Eu admito meu relativo ecletismo, mas não escondo que sou super seletiva. Do tipo chata.

Talvez tenhamos bandas e cantores favoritos e odiados em comum, talvez não. Defendo que gostos musicais se discutem, mas que também são respeitados. Você não é obrigado a ser um super eclético, mas da mesma forma eu não sou obrigada a fazer algo que vá me limitar.

Por fim, acredito ficou claro de onde me inspirei para batizar essa coluna (risos). Quero fechar então reproduzindo a resposta que os meninos do Hangar me deram em entrevista, quando perguntei sobre o que eles estavam ouvindo atualmente, dentro ou fora do metal. Sendo que eu não cheguei a esperar por uma resposta 'não-metálicas'. Caí do cavalo.

Tudo, de Paramore e We Are the Fallen até Death, passando por música nacional. Cada um tem os seus canais de entrada de novos sons.