Existe um preconceito que muitos gamers em breve vão precisar perder: jogatina no mobile te faz um gamer sim. E a prova do quanto esse mercado está ficando sério vem da declaração da ARM, empresa de tecnologia responsável pelo desenvolvimento da arquitetura de chips móveis, que fez uma previsão no mínimo interessante mediante ao que nós vivemos falando sobre o mercado de games mobile: ela diz que os gráficos de smartphones devem superar os consoles de última geração já no próximo ano.
Os consoles mais potentes do mercado de games são da Sony, com o Playstation 4, e da Microsoft, com o Xbox One, certo? Ambos tem os gráficos gerados por dispositivos que a ARM afirma estarem próximos de chegar aos dispositivos móveis, na verdade bem próximos de chegarem, de forma que até o final de 2017 os smartphones superarão essa qualidade.
Não é algo que espanta. Talvez você não tenha notado isso, então se for o caso, eu alerto: repare como a qualidade dos smartphones está aumentando, e juntamente com o preço deles. São telefones cada vez mais modernos, com núcleos e processadores ridiculamente velozes, bem ao estilo dos computadores topo de linha.
Claro, também é uma parte de venda do peixe da ARM, que não poupou elogios para as novas ferramentas que estão sendo desenvolvidas a fim de reforçar o mercado de dispositivos móveis em 2017, mas ainda assim. O diretor da empresa, Nizar Romdan, explicou esta semana em conferência em Amsterdã, que os trabalhos realizados junto com empresas feito Samsung, NVIDIA e Texas Instruments, permitirão um grande salto de qualidade nesse mercado.
Todo esse esforço tem um motivo bem evidente: o forte crescimento do mercado de jogos mobile, que já representa boa parte do faturamento do mercado graças aos downloads e compras nas lojas das principais plataformas. Os problemas comumente enfrentados no passado eram basicamente dois: a daptação dos controles dos jogos para telas touchscreen, e os dispositivos com menor poder de processamento, que só suportavam gráficos com qualidade rebaixada. Entretanto, a ARM já demonstrou no final de 2013 que alguns dispositivos móveis já eram capazes de rodar jogos com gráficos ao nível de Xbox 360 e Playstation 3.
Solte o play e repare a qualidade do simples Sonic Dash 2: Sonic Boom, por exemplo:
Só que nem tudo são rosas. Apesar do otimismo, a ARM também reconhece os entraves que precisam ser resolvidos para garantir o avanço da qualidade gráfica dos jogos, com destaque para a autonomia, já que as baterias são o grande problema desses dispositivos. Eu ainda acrescento outro, específico do Android: o armazenamento de aplicativos, que a partir do Android 4.4 só podem ser instalados direto na memória interna, sendo que essa já vem totalmente comprometida de fábrica com os N bloatwares que o Google coloca nos telefones.
Isso leva a uma dificuldade enorme de ter mais de um jogo grande instalados, como por exemplo Marvel Future Fight, que passa fácil dos 700MB, e GTA: Liberty City Stories, com 1.9GB. Daí certa parte dos usuários acaba apelando para fazer root dos aparelhos, um processo polêmico e que ainda divide muitas opiniões.
Com poréns desse tipo sendo resolvidos, ou ao menos amenizados, é de se esperar por uma grande mudança no mercado de jogos, com uma migração ainda maior para os dispositivos móveis, que poderão oferecer a mesma qualidade visual dos consoles de última geração.
Essa é outra daquelas histórias que quem viver, literalmente verá.
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