Depois de incontáveis contratempos, o aguardado resumo! Confesso que foi uma luta conseguir assistir aos episódios de Agent Carter, pois desde que eu parei de assistir Agents of Shield, meu ânimo com as séries em geral acabou caindo bastante. Fora que não está sendo fácil navegar pela rotina do HMBR e ok, nunca é, mas ao menos dessa vez a correria é em meio a coisas gratificantes, por isso eu não poderia deixar de cumprir essa promessa de falar sobre as novas aventuras de Peggy Carter.
A produção continua impecável
Não basta apenas ser uma produção de época, é preciso passar a sensação dessa época com o máximo de fidelidade possível, e Agent Carter continua cumprindo esse requisito de forma perfeita. Mesmo. Se você é aquela pessoa que considera a qualidade de produção como fator determinante para assistir filmes e/ou séries, vai se encantar com os cenários, figurinos, carros, música, como toda a atmosfera, atitude e comportamentos da sociedade pós-guerra são retratados.
Claro, não vou negar que aqui e ali eu vejo uns exageros (sobretudo na questão das atitudes dos personagens), mas ainda assim. A produção de Agent Carter é ótima, mas não dá forma que você fica martelando na cabeça que "nem parece que é de mentira", chega um ponto que você esquece isso e emerge no universo da série. Os figurinos e penteados são maravilhosos, os carros nem se fala, e eu prefiro continuar sem saber como os cenários são criados para manter o charme. O resultado de toda produção causa inveja, e acabou sendo o chave para eu ficar por aqui e assistir a segunda temporada.
O trio Peggy x Jarvis x Howard continua muito cativante
Stark por Stark, gosto muito mais do Howard que do filho, Tony, até porque o ator Dominic Cooper não é cercado pela mesma hype do Robert Downey Jr., o que me alivia bastante. Howard é excêntrico como filho, demorou a vencer o meu preconceito com o nome "Stark" na primeira temporada, porém na segunda ele conseguiu me cativar com mais facilidade, numa trama onde ele é gênio nas horas vagas, pois o real passatempo virou o cinema, afinal, a temporada atual é situada em Los Angeles.
Howard é uma peça importante para o avanço do trabalho de Peggy Carter por baixo dos panos, mas quem ainda é mais fantástico que o Dominic é James D'Arcy, que volta no papel do mordomo Jarvis. James tem todos, todos os maneirismos típicos de um mordomo, por ironia tem até um sotaque engraçado, mas ao mesmo tempo e do jeito dele, ele consegue ser de grande ajuda à Peggy, seja como motorista ou na hora de mostrar as artes de luta que andou praticando com a esposa, Anna Jarvis. Sim, ela existe! E embora apareça pouco, é tão fácil de simpatizar quanto o marido.
A química entre James e Hayley Atwell como amigos é sabida. Só que essa química se estende aos seus personagens de forma incrível na segunda temporada, onde Peggy releva os maneirismos e excentricidades do Jarvis, e ele a respeita por ser uma grande espiã e mulher, um raro relacionamento entre homem e mulher que não é forçado a ser romântico e que dá muito, muito certo. Para mim os dois são, no momento, o ponto alto da nova temporada.
A atual conexão com o universo Marvel não cativa 100%
Agent Carter sofre um percentual de preconceito por ser uma série de época, por não ser lotada de heróis com poderes sobrenaturais, e parte das pessoas ainda insiste que ela só funcionava em parte graças à conexão com o Capitão América. Nesse último caso eu não discordo totalmente, porque de fato, com o caso Steve Rogers no passado, arranjar uma conexão com o universo Marvel que tivesse o mesmo apelo seria bastante complicado.
Entretanto, Peggy Carter continua atrás de figuras que pertençam esse universo. Lembram de quando eu disse que a Madame Máscara apareceria na série? Pois sim, ela está lá. Só que tem um porém: Whitney Frost não é exatamente a mais conhecida e popular dos personagens, então isso visivelmente fez o ritmo da série ficar meio morno ou devagar (eu prefiro chamar de morno). Esta primeira parte dos episódios dá um pouco de tédio às vezes, ficando mais ou menos interessante na hora das tramas e conspirações da alta sociedade dos homens brancos, do governo americano, quando na verdade Whitney está brilhando sorrateiramente como a verdadeira estrela (digo, vilã) da trama.
E como o público geralmente é muito impaciente, duvido que parte das pessoas continue assistindo e/ou esperando por qualquer outro aprofundamento da história atual, o que é uma pena. Acredito eu que se Agent Carter estivesse com a Netflix e não a ABC, a série teria uma chance mais sólida de se tornar mais interessante.
"Smoke & Mirrors" é o melhor episódio
Apesar das críticas acima, quando chega a hora do quarto episódio ("Smoke & Mirrors") muita coisa muda de figura. Ele é o melhor dos quatro, principalmente por oferecer algo que até então só tínhamos através de cogitações ou frases soltas: a história de origem de Peggy Carter. Ok, não só dela mas também da Whitney, afinal as duas são as forças de cada lado, e ambas as histórias são fantásticas. Tem os clichês da época antiga, tal como o que achavam que devia ser o papel da mulher na sociedade, o machismo imperando, mas o tempo investido em explicar as duas personagens é delicioso.
Nós só sabemos uma coisa aqui e ali sobre a Peggy graças aos filmes do Capitão América, incluindo que ela viveu uma vida completa. Nesse episódio nós vemos que ela quase se casa, e como ninguém ainda sabe a origem real de Sharon Carter, eu realmente gostaria de desvendar isso tudo, porque com certeza uma "Carter" aliada do Capitão de novo não é coincidência do universo. Sem falar que nós descobrimos que ela tem um irmão! (e a partir daqui eu não conto mais spoilers)
Do lado da Whitney, por alguns momentos você se simpatiza com ela. Mas ela é a vilã! Do mesmo jeito que o Rei do Crime de Demolidor, e o Killgrave de Jessica Jones são, e isso não te impede do mesmo. Whitney passa por um processo doloroso de ter que esconder a sua inteligência por trás da beleza, já que o preconceito da sociedade é enorme, algo que mesmo hoje em 2016 parece que não mudou tanto assim, certo?
O saldo
Se você não estiver assistindo nenhuma série no momento, e tem paciência vale a pena dar uma chance a segunda temporada de Agent Carter. Não encare a produção como algo que é obrigatoriamente ligado aos Vingadores, o erro de muita gente quando o assunto são as séries da Marvel, até porque o universo da Casa das Ideias vai muito além de Homem de Ferro & cia.
As conspirações comunistas, de governo, são irritantes, mas são o que acabaram mantendo o meu interesse nesse primeiro bloco de episódios. Ah, antes que eu esqueça: o romance-que-vai-e-não-vai da Peggy com o Dr. Wilkes não colou comigo, na verdade achei bem irritante. Não que a Peggy não tenha direito a um novo amor, e eu acho ótimo que tenham dado destaque a um personagem negro, plus abordado a questão do racismo através dele, mas ainda assim.. Continuo achando o flerte entre os dois forçado.
Sem falar, claro, da sempre querida por mim, Dottie Underwood que faz poucas, porém matadoras (literalmente) aparições nessa primeira parte da temporada. E como dizem que ela andou ganhando destaque nos episódios atuais, pensem numa pessoa feliz.
No geral, acho uma pena que a série esteja passando por esse momento de crise na audiência que pode inclusive levar ao cancelamento. Eu sou o tipo de pessoa que gosta de saber o atual momento da vida, mas que gosta ainda mais de entender como nós chegamos aqui: como os games antigos viraram as super produções, como as publicidades antigas viraram o que temos hoje, e como a Marvel atual, com Vingadores, Nick Fury & cia é o que é graças a uma mulher. Não é todo dia que esse tipo de coisa acontece.
A produção continua impecável
Não basta apenas ser uma produção de época, é preciso passar a sensação dessa época com o máximo de fidelidade possível, e Agent Carter continua cumprindo esse requisito de forma perfeita. Mesmo. Se você é aquela pessoa que considera a qualidade de produção como fator determinante para assistir filmes e/ou séries, vai se encantar com os cenários, figurinos, carros, música, como toda a atmosfera, atitude e comportamentos da sociedade pós-guerra são retratados.
Claro, não vou negar que aqui e ali eu vejo uns exageros (sobretudo na questão das atitudes dos personagens), mas ainda assim. A produção de Agent Carter é ótima, mas não dá forma que você fica martelando na cabeça que "nem parece que é de mentira", chega um ponto que você esquece isso e emerge no universo da série. Os figurinos e penteados são maravilhosos, os carros nem se fala, e eu prefiro continuar sem saber como os cenários são criados para manter o charme. O resultado de toda produção causa inveja, e acabou sendo o chave para eu ficar por aqui e assistir a segunda temporada.
O trio Peggy x Jarvis x Howard continua muito cativante
Stark por Stark, gosto muito mais do Howard que do filho, Tony, até porque o ator Dominic Cooper não é cercado pela mesma hype do Robert Downey Jr., o que me alivia bastante. Howard é excêntrico como filho, demorou a vencer o meu preconceito com o nome "Stark" na primeira temporada, porém na segunda ele conseguiu me cativar com mais facilidade, numa trama onde ele é gênio nas horas vagas, pois o real passatempo virou o cinema, afinal, a temporada atual é situada em Los Angeles.
Howard é uma peça importante para o avanço do trabalho de Peggy Carter por baixo dos panos, mas quem ainda é mais fantástico que o Dominic é James D'Arcy, que volta no papel do mordomo Jarvis. James tem todos, todos os maneirismos típicos de um mordomo, por ironia tem até um sotaque engraçado, mas ao mesmo tempo e do jeito dele, ele consegue ser de grande ajuda à Peggy, seja como motorista ou na hora de mostrar as artes de luta que andou praticando com a esposa, Anna Jarvis. Sim, ela existe! E embora apareça pouco, é tão fácil de simpatizar quanto o marido.
A química entre James e Hayley Atwell como amigos é sabida. Só que essa química se estende aos seus personagens de forma incrível na segunda temporada, onde Peggy releva os maneirismos e excentricidades do Jarvis, e ele a respeita por ser uma grande espiã e mulher, um raro relacionamento entre homem e mulher que não é forçado a ser romântico e que dá muito, muito certo. Para mim os dois são, no momento, o ponto alto da nova temporada.
A atual conexão com o universo Marvel não cativa 100%
Agent Carter sofre um percentual de preconceito por ser uma série de época, por não ser lotada de heróis com poderes sobrenaturais, e parte das pessoas ainda insiste que ela só funcionava em parte graças à conexão com o Capitão América. Nesse último caso eu não discordo totalmente, porque de fato, com o caso Steve Rogers no passado, arranjar uma conexão com o universo Marvel que tivesse o mesmo apelo seria bastante complicado.
Entretanto, Peggy Carter continua atrás de figuras que pertençam esse universo. Lembram de quando eu disse que a Madame Máscara apareceria na série? Pois sim, ela está lá. Só que tem um porém: Whitney Frost não é exatamente a mais conhecida e popular dos personagens, então isso visivelmente fez o ritmo da série ficar meio morno ou devagar (eu prefiro chamar de morno). Esta primeira parte dos episódios dá um pouco de tédio às vezes, ficando mais ou menos interessante na hora das tramas e conspirações da alta sociedade dos homens brancos, do governo americano, quando na verdade Whitney está brilhando sorrateiramente como a verdadeira estrela (digo, vilã) da trama.
E como o público geralmente é muito impaciente, duvido que parte das pessoas continue assistindo e/ou esperando por qualquer outro aprofundamento da história atual, o que é uma pena. Acredito eu que se Agent Carter estivesse com a Netflix e não a ABC, a série teria uma chance mais sólida de se tornar mais interessante.
Apesar das críticas acima, quando chega a hora do quarto episódio ("Smoke & Mirrors") muita coisa muda de figura. Ele é o melhor dos quatro, principalmente por oferecer algo que até então só tínhamos através de cogitações ou frases soltas: a história de origem de Peggy Carter. Ok, não só dela mas também da Whitney, afinal as duas são as forças de cada lado, e ambas as histórias são fantásticas. Tem os clichês da época antiga, tal como o que achavam que devia ser o papel da mulher na sociedade, o machismo imperando, mas o tempo investido em explicar as duas personagens é delicioso.
Nós só sabemos uma coisa aqui e ali sobre a Peggy graças aos filmes do Capitão América, incluindo que ela viveu uma vida completa. Nesse episódio nós vemos que ela quase se casa, e como ninguém ainda sabe a origem real de Sharon Carter, eu realmente gostaria de desvendar isso tudo, porque com certeza uma "Carter" aliada do Capitão de novo não é coincidência do universo. Sem falar que nós descobrimos que ela tem um irmão! (e a partir daqui eu não conto mais spoilers)
Do lado da Whitney, por alguns momentos você se simpatiza com ela. Mas ela é a vilã! Do mesmo jeito que o Rei do Crime de Demolidor, e o Killgrave de Jessica Jones são, e isso não te impede do mesmo. Whitney passa por um processo doloroso de ter que esconder a sua inteligência por trás da beleza, já que o preconceito da sociedade é enorme, algo que mesmo hoje em 2016 parece que não mudou tanto assim, certo?
O saldo
Se você não estiver assistindo nenhuma série no momento, e tem paciência vale a pena dar uma chance a segunda temporada de Agent Carter. Não encare a produção como algo que é obrigatoriamente ligado aos Vingadores, o erro de muita gente quando o assunto são as séries da Marvel, até porque o universo da Casa das Ideias vai muito além de Homem de Ferro & cia.
As conspirações comunistas, de governo, são irritantes, mas são o que acabaram mantendo o meu interesse nesse primeiro bloco de episódios. Ah, antes que eu esqueça: o romance-que-vai-e-não-vai da Peggy com o Dr. Wilkes não colou comigo, na verdade achei bem irritante. Não que a Peggy não tenha direito a um novo amor, e eu acho ótimo que tenham dado destaque a um personagem negro, plus abordado a questão do racismo através dele, mas ainda assim.. Continuo achando o flerte entre os dois forçado.
Sem falar, claro, da sempre querida por mim, Dottie Underwood que faz poucas, porém matadoras (literalmente) aparições nessa primeira parte da temporada. E como dizem que ela andou ganhando destaque nos episódios atuais, pensem numa pessoa feliz.
No geral, acho uma pena que a série esteja passando por esse momento de crise na audiência que pode inclusive levar ao cancelamento. Eu sou o tipo de pessoa que gosta de saber o atual momento da vida, mas que gosta ainda mais de entender como nós chegamos aqui: como os games antigos viraram as super produções, como as publicidades antigas viraram o que temos hoje, e como a Marvel atual, com Vingadores, Nick Fury & cia é o que é graças a uma mulher. Não é todo dia que esse tipo de coisa acontece.
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