Num dos vídeos da série que fizemos jogando Streets of Rage 2, comentamos sobre o hiato-do-verbo-fim do Versailles, uma das grandes bandas do heavy metal japonês. Os integrantes, artistas do visual kei na sua forma mais glamurosa, tomaram caminhos diferentes, nos deixaram órfãos de trabalhos futuros, mas ao menos deixaram uma ótima discografia para ouvirmos.


Recomendo em especial (e fortemente) o álbum Holy Grail, que ouço enquanto falo com vocês.


Dessa forma a banda acabou ficando fora do meu radar, esqueci e não fui atrás de novidades, mas recentemente voltei a pesquisar e fiquei muito feliz ao descobrir que apesar de não estarem mais juntos, os músicos haviam permanecido na ativa com outros projetos. Após essa excelente conclusão decidi tirar a poeira do departamento sushi do Hardmetal Brasil e contar por onde andam as nossas divas!


Kamijo

Sempre o considerei um dos melhores vocalistas do Japão. O "Príncipe vampiro" seguiu carreira solo com requintes do rompimento Angra x Andre Matos (vou explicar mais adiante), e trouxe consigo os elementos do Versailles, esses agora incorporados numa única pessoa. Em agosto de 2013 Kamijo lançou o single Louis〜Enketsu no la Vie en Rose〜 e em 2014 os lançamentos continuaram, dessa vez com o mini-álbum Symphony of The Vampire e os singles Moulin Rouge e Yamiyo no Lion.


Querem ouvir como ficou o som? Vamos ver e ouvir, pois Kamijo lançou vários vídeos nesse meio tempo. Vários mesmo. Symphony of The Vampire ganhou sete vídeos diferentes, um para cada faixa, e juntos eles compõem um mega vídeo de 30 minutos sem pausa falando sobre os temas prediletos do vocalista: vampiros e história francesa. Também foram lançados vídeos para os outros singles, e eu quero comentar sobre dois deles especial:


"Yamiyo no Lion"

Mesmo o ouvinte mais veterano de metal sinfônico vai se surpreender positivamente. Yamino no Lion transborda pompa, tem grandes orquestrações, atmosfera sombria e quebras de tempo interessantes, não devendo nada ao que as bandas europeias produzem;


"Moulin Rouge"

Uma das características do rock japonês que eu mais gosto é a capacidade constante de ousar na hora de criar, sem se importar com julgamentos e rótulos. Vide a criação do próprio visual kei. Os músicos vão "lá", chegam e fazem o que deve ser feito, tal como acontece em Moulin Rouge, que une a marotice da música de cabaré ao peso do metal, combinação estupidamente inusitada, mas que conquista realmente fácil.


E agora sim, vamos aos vídeos:



Hizaki, Yuki, Teru e Masashi


Viram que falei sobre separação Angra x Andre Matos, certo? Agora vou explicar a razão da comparação. Não que seja uma surpresa, mas o restante da banda continuou com a mesma linha sonora desenvolvida no Versailles, e o mais interessante: todos permaneceram juntos, com exceção do vocalista, é claro, que dessa vez é outro. Zin, é o seu nome.


A única diferença é que apesar de ter passado pelo mesmo processo, a banda brasileira manteve o nome..


(ou teimou em manter, mas isso é outra história)


Assim nasceu o Jupiter, que manteve vivo o duelo de guitarras entre Teru e Hizaki, as viradas que Yuki faz na bateria e as linhas sempre marcantes do baixo de Masashi, e não há dúvidas de que Zin está em ótima companhia. Sua voz apesar ser mais "tipicamente japonesa" é boa e mostra potencial, lembrando as vezes outro compatriota, o Sono, do Matenrou Opera.


O Jupiter lançou em 2013 o single Blessing For The Future, voou alto e partiu para primeiro álbum full (Classical Element) ainda no mesmo, seguido do single Last Moment, esse lançado agora em 2014.


Mas sem enrolações, vamos aos vídeos:



Veredito

É estranho ver os músicos separados, mas seguindo caminhos praticamente idênticos. Não sei os motivos da separação (e não sei se alguém sabe #FatFamily), mas fico imensamente feliz pelo retorno. Jupiter e Kamijo são bandas complementares, gostar das duas não é pecado. Ambas mantiveram a qualidade e tem potencial pra continuar vivas.


Se você precisa de uma porta de entrada para se aventurar no mundo do visual kei, eis aqui uma com todo luxo e glamour do mundo.