Sexta-feira, 27 de Setembro de 2013, dia em que o Within Temptation marcou história. Mais uma vez. Com o lançamento do video de Paradise (What About Us?) não apenas a história do female fronted nunca mais será a mesma, mas como também o mundo deveria parar e prestar atenção no que temos aqui.
Primeiro de tudo, o video em resolução emocionante:
A música
Em outro post vimos um pouco do que a união de forças significa. Paradise dá sequência ao som explorado em The Unforgiving com ainda mais peso e pompa, reunindo os três guitarristas do Within Temptation e abraçando ainda mais o rock sinfônico e moderno, mantendo ao mesmo tempo o riff padrão da banda.
(Ouçam os 14 segundos de Paradise e depois Our Solemn Our pra confirmar a teoria)
Martijn Spierenburg também brilha. O tecladista faz um trabalho incrível no reforço da atmosféra épica/pós apocalíptica, criando passagens incríveis tais como a introdução da música e a parte anterior ao solo. Minha única ressalva fica com relação a mixagem/equalização da voz de Tarja, que em certas partes mistura-se demais ao som.
Entretanto, o dueto e tudo que o cerca é tão especial, que eu admito que a minha ressalva fica em segundo plano. É tanta informação ao mesmo tempo que os prós acabam superando os contras.
Entretanto, o dueto e tudo que o cerca é tão especial, que eu admito que a minha ressalva fica em segundo plano. É tanta informação ao mesmo tempo que os prós acabam superando os contras.
O video
Logo nos primeiros vemos que é uma produção ambiciosa, superando minha favorita até então, que era The Nexus do Amaranthe. Paradise é o melhor trabalho do Within Temptation, que teve um cuidado impecável na escolha de cenários incríveis, figurinos pós apocalípticos, e o infalível armazém-ou-aragem no qual quase toda banda de heavy grava ao menos uma vez na vida.
Fico feliz de ver a quebra de outra tendência, a de que videos de metal tem a forte tendência de pender para a tosquice, fato que é feliz/infelizmente real. É uma lição da música pop que ainda não transformamos em padrão: criar um show que vá além do sonoro, que combine visual e o conceitual e torne a experiência ainda mais completa.
Eu sei que falo isso enquanto Alice Cooper e Rob Zombie ainda vivem, porém sabemos que o fato é real, ainda mais quando uma banda produz algo tosco -e porque não dizer, feio- por ser estiloso. Paradise, entranto, cria uma bela união estética entre a cidade destruída, desertos, vales, florestas e um céu surreal.
Mensagem para metalheads e não-metalheads
Estamos nos destruindo e isso não é novidade. Pobreza, a urbanização que diminui diariamente o verde das árvores, a poluição sonora, do ar, dos rios, a guerra, o crime, diferenças sociais de todos os níveis, o stress, a depressão, a incapacidade de dialogar e abraçar o próximo. Não vamos nada bem, e o Within Temptation sabe disso.
Mesmo com o fim do mundo conhecido onde a diplomacia falhou, e pessoas morreram (notem o deserto repleto de cruzes), existe uma esperança para o ser humano, e ela é a união. O homem só pode superar injustiças e criar um mundo melhor, quando ele pensa no 'nós', a comunidade mundial, em vez do individual, disse o guitarrista Robert Westerholt, impossível de estar mais certo.
Para passar o recado a banda fez uma ponte inteligente entre o dueto, e os únicos personagens do video. Da primeira vez ninguém sabe a identidade deles devido o figurino e principalmente o uso das máscaras, porém na metade final descobrimos se tratar de duas garotas. Bingo. Duas garotas reconstroem o mundo.
E sim, são as mesmas pessoas. Não que fosse tão difícil descobrir isso, mas graças a uma foto que o guitarrista Robert Westerholt tirou na festa de lançamento do video, temos a confirmação disso.
É muito bacana ver que a atenção da banda aos mínimos e máximos detalhes foi total, o que só demonstra que embora todos estejam num negócio pensando em retorno financeiro, o foco do Within Temptation definitivamente é a música e a arte. O que vier é consequência.

Recepção e destaques
Dos quase seis minutos de cenas que eu poderia destacar, uma tornou-se a minha predileta logo na primeira vez que assisti o video: o solo entre Robert e Stefan (que se prepara colocando os óculos), sincronizado de maneira perfeita com o momento em o gerador que vai reconstruir o mundo é ligado.
O lírico de Tarja também carrega a cena de ainda mais emoção, e em seguida Stefan faz seu solo individual. Ou seria Ruud? Sinceramente não sei. Mas que é bonito de ver e ouvir, disso eu não tenho dúvidas. Além do já citado Martjin, Mike Coolen aparece no video tocando bateria com a energia que justifica porque ele é um dos meus bateristas favoritos.
A recepção, é claro, não poderia ter sido mais do que histérica e super positiva (risos). O single Paradise (What About Us?) até ontem havia emplacado as seguintes colocações no iTunes*:
Top 10 Albums
#2 Grécia
#3 Holanda
#7 Portugal
#7 Espanha
Top 10 ROCK Albums
#1 Grécia
#1 Holanda
#1 Espanha
#2 UK
#2 França
#2 Portugal
#3 Áustria
#4 Bélgica
#4 Alemanha
#4 Irlanda
#4 Itália
#4 Suíça
*créditos ao grupo Within Temptation Brasil pela informação
E hoje veio a informação que o single agora lidera o Top Albums nos iTunes da Romênia e de Portugal.
E mostrando que definitivamente sabe divulgar um trabalho, Sharon den Adel e Tarja Turunen fizeram algumas fotos promocionais que aos poucos estão surgindo. Créditos a Paul Harries, que trabalha na revista Revolver e com o próprio Within. É só clicar pra ver em tamanho maior.


Veredito
É difícil ser imparcial quando a vida coloca lado a lado alguns dos músicos que você mais gosta, admira, e que mais marcaram tanto a sua vida musical quanto a sua vida pessoal, diria o Faustão. Entretanto, não faço nenhuma questão de esconder o meu favoritismo por todos.
Estou extremamente feliz com a carreira solo de Tarja. Vocês sabem disso. A vocalista tem construido seu caminho de maneira competente, e agora é capaz de sobreviver por si só, adeus passado.
Serei sempre grata pelo que o Within Temptation fez antes do Unforgiving, porém o mais que o grupo aposta no conceito atual, o mais eu vejo que é um raro caso onde posso me chamar de fã sem nenhuma vergonha.
Serei sempre grata pelo que o Within Temptation fez antes do Unforgiving, porém o mais que o grupo aposta no conceito atual, o mais eu vejo que é um raro caso onde posso me chamar de fã sem nenhuma vergonha.
Nota de rodapé: créditos ao Tarja Brasil pelas excelentes screenshots.
1 Comentários
Conheci o WT por causa do Nightwish, então nem preciso dizer o que senti quando ouvi essa música pela primeira vez.
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