Dimebag Darrell foi uma espécie de Ayrton Senna para o heavy metal: ambos eram bons e famosos pelo que faziam, porém morreram quando menos se esperava. Claro, ninguém sabe quando vai ser chamado pro andar de cima (ou de baixo), mas morrer violentamente numa curva de Tamburello ou com três tiros certamente não está entre as expectativas.

Guitarrista e fundador da banda de groove metal Pantera, Darrell Lance Abbott dividiu os palcos com bandas como Megadeth, Metallica, Black Sabbath, Iron Maiden, Motörhead e Judas Priest, e entre seus trabalhos de maior sucesso estão os álbuns Cowboys e Vulgar Display of Power com o Pantera. E assim o cara que se chamava Lance resolveu adotar o apelido de "Diamond Darrell", fez mais e mais sucesso, chegando ao nome que acabou ficando mais conhecido.

  • O dia da fatalidade
Embora eu não seja tá interessada nas bandas que citei até agora, já li vários textos sobre Dime, seus feitos e principalmente, o dia de sua morte. Foi em 8 de Dezembro de 2004 que o guitarrista estava numa apresentação com o Damageplan (banda paralela que formara com seu irmão, Vinnie Paul) na cidade de Alrosa Villa em Columbus (Ohio), quando Nathan Gale subiu ao palco portando uma nove milímetros e cerca de 35 cartuchos de munição, disparando três vezes contra Dimebag, finalizando com um tiro fatal em sua cabeça.

Nathan ainda teve tempo de recarregar a arma e fazer mais vítimas: Nathan Bray, que estava assistindo ao show, Erin Halk, empregado do local onde o Damageplan se apresentava e Jeff "Mayhem" Thompson, membro da equipe de segurança. O rapaz só foi finalmente neutralizado quando o policial James Niggermeyer numa investida de efeito surpresa conseguiu o surpreender e disparar oito tiros. Nathan também morreu na hora.

  • Exemplos que (não) foram deixados
Após isso criou-se toda uma comoção em torno da segurança dos artistas nos palcos, tal como criou-se com a segurança dos carros de Fórmula 1 quando Ayrton Senna foi declarado morto. Entretanto, parece que o exemplo do guitarrista do Pantera não deixou conscientizou uma parte essencial do cenário: os fãs. Recentemente vimos um exemplo quase parecido, com o vocalista do Lamb of God -Randy Blythe- sendo formalmente acusado pela morte de um fã durante um show em Praga, sendo que esse fã por mais de uma vez pulou para chegar ao palco, até a sua última tentativa que resultou na queda fatal.

A questão não é lado A ou B, e sim defender os fatos. Randy é culpado? Não sei. Inocente? Também não sei. O que eu sei é que esse incidente poderia ter sido evitado, após um exemplo tão triste que Darrell deixou há 8 anos atrás. OK, especulou-se que Nathan tivesse problemas mentais, e que isso possa ter lhe causado delírios que o levaram a fazer o que fez, mas e o moço que morreu no show do Lamb of God?

Como ainda não temos a capacidade de adivinhar pensamentos (por mais que tentemos), nunca saberemos o que poderia ter acontecido, e ao invés de estarmos acusando Randy, agora poderíamos estar ouvindo ele duetar com Dime no além vida.

Mas pra não dizer que estou acusando alguém que não está presente pra se defender, peça pra falarem com a segurança do show, oras.. E perguntem por que diabos eles não contiveram o teimoso de maneira adequada tanto pelo bem de Randy, quanto pelo seu próprio bem.

  • Seguindo em frente
Diversos tributos foram feitos em homenagem ao guitarrista tais como:

Michael Angelo Batio, que arranjou três músicas do Pantera no medley Tribute to Dimebag e lançou em seu álbum Hands Without Shadows 2 - Voices;
Shinedown, que dedicou a versão ao vivo do cover de Simple Man (Lynyrd Skynyrd);
Trivium, que coverizou uma pequena parte da música Domination do Pantera durante o show do Roadrunner United, banda formada para comemorar o aniversário de 25 anos da Roadrunner Records;
Machine Head, que compôs e dedicou a música Aesthetics of Hate (do álbum The Blackening)

E Zakk Wylde, amigo próximo de Darrell Lance Abbott, que fez uma linda homenagem com In This River, do Black Label Society. É o clipe dela que deixo como encerramento.