Entre os fãs de quadrinhos, Alan Moore é um nome conhecido e cultuado. O autor é a mente por trás de algumas das histórias mais famosas da cultura pop, (Watchmen e Batman: A Piada Mortal os dois maiores nomes), e foi quem trouxe ao mundo dos quadrinhos um nível de sofisticação e prestígio que você normalmente vê mais no universo literário. Entretanto, embora muito respeitado pelo público e crítica pelo trabalho complexo e bem trabalhado, Moore nunca abraçou a fama ou as oportunidades que vieram com ela: sua crítica ao estado atual dos quadrinhos, a Marvel e DC, e até a negar que seu trabalho seja adaptado por Hollywood também são conhecidos.
E agora, Alan Moore está se aposentando. O The Guardian trouxe uma história onde Moore confirma oficialmente que a aposentadoria virá em breve, mas ao invés de ser por qualquer frustração ou experiência negativa, ironicamente a retirada do autor vem pela sensação de ter feito tudo o que ele podia fazer pela mídia:
"Acho que eu fiz o suficiente pelos quadrinhos. Fiz tudo que eu pude. Acho que se eu fosse continuar a trabalhar com quadrinhos, as ideias inevitavelmente iriam sofrer, e vocês iriam começar a me ver repetir as ideias, e vocês e eu provavelmente merecemos algo melhor do que isso... Eu sei que sou capaz de fazer qualquer coisa que alguém é capaz de fazer nos quadrinhos. Não preciso provar nada a mim mesmo ou a outras pessoas... Sempre vou reverenciar os quadrinhos como um meio. É um meio maravilhoso."
Mas, a aposentadoria do meio não significa dar fim à vida criativa. Nós da criação só paramos de criar quando morremos. Em vez disso, o autor vai tentar criar em novos espaços onde ele já não reina como um deus criativo, com a menção específica de filmes e "gigantes" romances literários. Indo para frente a iniciativa tende a ser interessante, afinal a sua forma de contar histórias é bem particular. Como as outras mídias vão traduzir isso? Fica a pergunta para eu e você imaginarmos.
Aqui você pode ler a entrevista completa com Alan Moore no The Guardian. O seu trabalho final nos quadrinhos ainda inclui um último livro de A Liga Extraordinária.
(Esse mesmo, que tem o filme estrelado pelo Sean Connery)
Fica o sentimento de ahh com a notícia, lógico. Só que ao mesmo tempo, todo fã de quadrinhos (qualquer pessoa com bom senso, na verdade) vai concordar: se o criador de conteúdo está se sentido completo, finalizado, ou até de saco cheio (o que não é o caso aqui, mas acontece), é melhor, pelo bem da criatividade e de preservar o legado construído, que ele ou ela tome a mesma decisão.
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