Chegou a semana da Nerdmetal Brasil, e o quarto giro da coluna leva você em um passeio por um verdadeiro campo minado. Motivo? Eu sou maluca (1), curiosa (2), digo que não gosto de polêmica, mas no fim do dia acabo me intrometendo em alguma delas (3), mesmo que só um pouco. Essa em vem martelando na minha cabeça desde 2013 (no mínimo), e ganhou força a medida que o meu contato com o universo da Marvel aumentou:
Por que as pessoas gostam tanto de criticar a Marvel?
Infelizmente (ou felizmente?) eu ainda tenho o hábito de ler comentários em redes sociais: seja em tweets, links/fotos do Facebook, reblogs do tumblr, principalmente se for sobre uma polêmica, o que reforça o lado nada saudável do hábito. Entretanto, fazendo isso eu sinto que consigo dar mais base às minhas opiniões, seja por ver que eu não sou a única a pensar de forma X ou Y, ou seja para agradecer a Deus por não a ser idiota (pra não dizer babaca) que muita gente é.
Mas às vezes eu topo com comentários interessantes!
Um deles apareceu no link de um artigo onde o cineasta Uwe Boll faz várias críticas à Marvel, cineasta esse que foi escolhido pelos céus para transformar o game Postal numa comédia, uma ideia ao mesmo tempo interessante e perturbadora quando você já conhece o tal game. E seja por acidente ou intenção, mais uma vez brotou a guerra pré-adolescente de críticas vazias e elogios exagerados à Marvel.
Um deles apareceu no link de um artigo onde o cineasta Uwe Boll faz várias críticas à Marvel, cineasta esse que foi escolhido pelos céus para transformar o game Postal numa comédia, uma ideia ao mesmo tempo interessante e perturbadora quando você já conhece o tal game. E seja por acidente ou intenção, mais uma vez brotou a guerra pré-adolescente de críticas vazias e elogios exagerados à Marvel.
Tecnicamente não é assunto pra mim, que nem me considero fã. Também não sou hater, meu status atual é mais de curtidora com moderação, porque mesmo eu admirando e gostando de certas ideias da Marvel, por outro lado não dá pra deixar de dar razão a certa parte dessas críticas.
A Marvel é o nome a ser batido
Ainda mais depois de ter sido comprada pela Disney, outra gigante do entretenimento mundial. Isso fez a sua influência e popularidade -que já eram grandes- escalarem ainda mais, tornando muito fácil criar hypes tal como aconteceu com o lançamento de Operação Big Hero 6, filme da Disney, porém inspirado nas HQs (de mesmo nome) da Marvel. O filme teve apenas a maior bilheteria entre as animações lançadas em 2014 (com mais de U$ 600 milhões arrecadados) e levou o Oscar de Melhor Filme de Animação.
E pense: no mesmo ano saíram filmes como Frozen, Rio 2, Como Treinar o Seu Dragão 2, Uma Aventura Lego.. Isso sem falar na maior hype de todas: Vingadores, cujo primeiro filme foi lançado (2012) depois do anúncio da compra da Marvel (2009).
Demonstrar antipatia por quem está no topo é um efeito normal na vida do ser humano. E eu posso usar um exemplo de uma realidade que eu conheço bastante pra explicar isso: Schumacher e Ferrari fizeram um tipo de Disney-Marvel da Fórmula 1, ganhando tudo, deixando a concorrência muito para trás. Ou você venerava eles ou odiava, mesmo que sem motivo algum. Eu só consegui começar a assistir as corridas quando o Schumacher entrou nos últimos anos de carreira, quando já tinha ganho tudo o que tinha pra ganhar.
Não que eu odiasse ele por ser uma má pessoa, mas ficava aquela mágoa inconsciente que sempre me impediu de criar simpatia. Mágoa essa que vinha do fato dele ser um vencedor. Não tenho vergonha de admitir isso. Hoje, com quase 15 anos de corridas assistidas, e mais maturidade, eu o respeito como atleta, ícone da história.
Mas a crítica do destaque às mulheres faz (muito) sentido
Eu arrisco que poucas empresas/editoras/produtoras tem um cast com tantas atrizes tão talentosas, e ainda assim a maioria é vítima do estigma de que o universo dos quadrinhos é dos meninos, conseguindo papéis incríveis, porém nem sempre tendo um espaço justo para poder brilhar.
Isso felizmente tem mudado com a Marvel na TV. Agents of Shield tem recebido críticas pelo grande destaque as mulheres recebem na série, o que é, não faz o menor sentido nesse mundo hipócrita que briga tanto pela igualdade de gênero e é tão pró-feminismo. A série tem atrizes ótimas, e duas você pode considerar verdadeiras lendas vivas, cada uma a sua maneira:
Ming-Na Wen: com 51 anos (!) ela dá curso de PhD quando o assunto é talento, fazendo as próprias cenas de luta, e fazendo a sua personagem ser uma das melhores que eu já vi em anos. Ming-Na é a heroína da sua infância, e se você duvida, dê uma lida nesse Game & Música e no review de Agents of Shield pra tirar a prova;
Chloe Bennet: ela não só conseguiu um papel de destaque numa série famosa com 23 anos de idade, mas a sua personagem foi canonizada como uma heroína do universo Marvel, tornando ela -metade chinesa, metade americana- a primeira atriz da Marvel a receber esse destaque, mas fugindo do estereótipo físico padrão.
Hayley Atwell também se transformou num ícone de luta pela igualdade de gênero fora das telas, e até mesmo dentro delas, dando vida à sensacional Peggy Carter. Porque é como eu disse no Papo da Tia Hizaki sobre FIFA 16: a questão não é tirar o espaço dos homens, deixando eles ameaçados e acuados (quanta imaturidade a minha), é mostrar que as mulheres também podem ter o seu lugar ao sol. Aos poucos a Marvel tem exergado isso. (eu acho)
O "Caso Viúva Negra"
Esse tema é enorme, renderia 50 monografias sem esforço. Fazendo um resumo do resumo resumido, Natasha Romanoff é uma personagens super queridas pelo público, Scarlett Johansson ganhou mais destaque nos filmes, ela até muito que rouba a cena em Capitão América 2, e ela vai sobreviver a ideia besta do romance que arranjaram em Vingadores 2. Mesmo assim, é uma personagem que não tem o seu filme solo.
A minha opinião também é enorme, vou resumir da melhor forma possível: a Marvel não faz o tal filme porque não quer. O argumento de que seria um desastre não me convence. E se o risco existir, eu tenho uma dica: publicidade. Quer ver? Os Guardiões da Galáxia não eram conhecidos do público mainstream, e ainda assim o filme virou/é uma das maiores febres nerds da atualidade.
Então é meio difícil encaixar na minha cabeça que a Marvel (e/ou a Disney), cuja experiência em produzir sucessos de bilheteria, hypes, e fenômenos de publicidade é gigante, tem "medo de fazer um filme que não vai ser sucesso", quando ambas as empresas são experts justamente em reverter esse tipo de cenário.
Será que a Marvel tem um estoque de Chris?
Se por um lado a Marvel peca em vários quesitos de representação como mulheres, personagens fora do estereótipo caucasiano dos olhos azuis, um dos mistérios da humanidade é como, como, a Marvel sempre tem um ator branco, loiro, de olhos azuis chamado "Chris" pra oh pobrezinho abandonado, ganhar um papel principal.
Não posso falar muito sobre o Chris Pratt porque eu nem amo, nem odeio ele. Mas logo o mundo também vai ter uma overdose dele, que está no novo Jurassic Park e já apareceu em 50 milhões de rumores diferentes sobre filmes do futuro. O Chris Evans eu realmente gosto, sou meio tiete e o Capitão América é o meu segundo Vingador favorito (depois da Natasha). Já o Chris Hemsworth... Eu acho que sou a única pessoa que não morre de amores por ele, e que acha ele muito melhor como James Hunt do que como Thor. Mas paciência.
Marvel = Sessão da Tarde dos quadrinhos?
Essa crítica é bem interessante e válida, o argumento mais real usado nas brigas Marvel vs DC. Muita gente reclama do excesso de humor e tom leve nos filmes da Marvel, dizendo que (e defendendo) a DC se destaca justamente pela pegada dark dos seus filmes. E eu concordo sim que existe um excesso de humor nos filmes da Marvel, e isso me desanima.
E mais uma vez (vide o Caso Viúva Negra), não é o caso de falta de experiência, basta ver os filmes do Capitão América que são incríveis, e mesmo depois de Era de Ultron eu mantenho Capitão América 2 como o meu filme favorito. Os irmãos Russo mostraram que você pode fazer um filme sério, até dramático, que não esquece do humor, mas também não abusa, e tornar ele num sucesso.
Novamente eu digo: a Marvel pode ser as duas coisas (dark e "Sessão da Tarde), não arrisca porque não quer. Ou melhor, ela até tem explorado isso muito mas séries, apostando no dark, no dramático, na seriedade, causando uma baita estranheza nas pessoas. E que continue assim. Agents of Shield, Agent Carter e Demolidor são ótimas e ainda podem melhorar mais, por isso elas têm me empolgado mais do que os filmes..
Há anos, anos eu vinha sonhando com o dia em que a Marvel se arriscaria a ser menos Sessão da Tarde e mais Pé na porta e soco na cara. E eu tô adorando. Que venham as próximas séries nesse mesmo tom, assim eu posso dizer que #VimViEMorri. Feliz.
Mas as pessoas (também) criticam porque adoram criticar tudo
Por um lado existem argumentos bem justos pra certas críticas que as pessoas fazem sobre a Marvel. Por outro, as pessoas fazem essas críticas não por querer mudar isso, mas só pelo prazer de criticar mesmo, afinal é a internet, e se as pessoas não criticarem, elas se sentem inúteis.(e meio que sexualmente frustradas)
E pense: no mesmo ano saíram filmes como Frozen, Rio 2, Como Treinar o Seu Dragão 2, Uma Aventura Lego.. Isso sem falar na maior hype de todas: Vingadores, cujo primeiro filme foi lançado (2012) depois do anúncio da compra da Marvel (2009).
Demonstrar antipatia por quem está no topo é um efeito normal na vida do ser humano. E eu posso usar um exemplo de uma realidade que eu conheço bastante pra explicar isso: Schumacher e Ferrari fizeram um tipo de Disney-Marvel da Fórmula 1, ganhando tudo, deixando a concorrência muito para trás. Ou você venerava eles ou odiava, mesmo que sem motivo algum. Eu só consegui começar a assistir as corridas quando o Schumacher entrou nos últimos anos de carreira, quando já tinha ganho tudo o que tinha pra ganhar.
Não que eu odiasse ele por ser uma má pessoa, mas ficava aquela mágoa inconsciente que sempre me impediu de criar simpatia. Mágoa essa que vinha do fato dele ser um vencedor. Não tenho vergonha de admitir isso. Hoje, com quase 15 anos de corridas assistidas, e mais maturidade, eu o respeito como atleta, ícone da história.
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| Hayley Atwell: ela transformou Peggy Carter num ícone da igualdade de gênero | 
Mas a crítica do destaque às mulheres faz (muito) sentido
Eu arrisco que poucas empresas/editoras/produtoras tem um cast com tantas atrizes tão talentosas, e ainda assim a maioria é vítima do estigma de que o universo dos quadrinhos é dos meninos, conseguindo papéis incríveis, porém nem sempre tendo um espaço justo para poder brilhar.
Isso felizmente tem mudado com a Marvel na TV. Agents of Shield tem recebido críticas pelo grande destaque as mulheres recebem na série, o que é, não faz o menor sentido nesse mundo hipócrita que briga tanto pela igualdade de gênero e é tão pró-feminismo. A série tem atrizes ótimas, e duas você pode considerar verdadeiras lendas vivas, cada uma a sua maneira:
Ming-Na Wen: com 51 anos (!) ela dá curso de PhD quando o assunto é talento, fazendo as próprias cenas de luta, e fazendo a sua personagem ser uma das melhores que eu já vi em anos. Ming-Na é a heroína da sua infância, e se você duvida, dê uma lida nesse Game & Música e no review de Agents of Shield pra tirar a prova;
Chloe Bennet: ela não só conseguiu um papel de destaque numa série famosa com 23 anos de idade, mas a sua personagem foi canonizada como uma heroína do universo Marvel, tornando ela -metade chinesa, metade americana- a primeira atriz da Marvel a receber esse destaque, mas fugindo do estereótipo físico padrão.
Hayley Atwell também se transformou num ícone de luta pela igualdade de gênero fora das telas, e até mesmo dentro delas, dando vida à sensacional Peggy Carter. Porque é como eu disse no Papo da Tia Hizaki sobre FIFA 16: a questão não é tirar o espaço dos homens, deixando eles ameaçados e acuados (quanta imaturidade a minha), é mostrar que as mulheres também podem ter o seu lugar ao sol. Aos poucos a Marvel tem exergado isso. (eu acho)
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| Já dizia a sábia Kátia: Não está sendo fácil | 
Esse tema é enorme, renderia 50 monografias sem esforço. Fazendo um resumo do resumo resumido, Natasha Romanoff é uma personagens super queridas pelo público, Scarlett Johansson ganhou mais destaque nos filmes, ela até muito que rouba a cena em Capitão América 2, e ela vai sobreviver a ideia besta do romance que arranjaram em Vingadores 2. Mesmo assim, é uma personagem que não tem o seu filme solo.
A minha opinião também é enorme, vou resumir da melhor forma possível: a Marvel não faz o tal filme porque não quer. O argumento de que seria um desastre não me convence. E se o risco existir, eu tenho uma dica: publicidade. Quer ver? Os Guardiões da Galáxia não eram conhecidos do público mainstream, e ainda assim o filme virou/é uma das maiores febres nerds da atualidade.
Então é meio difícil encaixar na minha cabeça que a Marvel (e/ou a Disney), cuja experiência em produzir sucessos de bilheteria, hypes, e fenômenos de publicidade é gigante, tem "medo de fazer um filme que não vai ser sucesso", quando ambas as empresas são experts justamente em reverter esse tipo de cenário.
Se por um lado a Marvel peca em vários quesitos de representação como mulheres, personagens fora do estereótipo caucasiano dos olhos azuis, um dos mistérios da humanidade é como, como, a Marvel sempre tem um ator branco, loiro, de olhos azuis chamado "Chris" pra oh pobrezinho abandonado, ganhar um papel principal.
Não posso falar muito sobre o Chris Pratt porque eu nem amo, nem odeio ele. Mas logo o mundo também vai ter uma overdose dele, que está no novo Jurassic Park e já apareceu em 50 milhões de rumores diferentes sobre filmes do futuro. O Chris Evans eu realmente gosto, sou meio tiete e o Capitão América é o meu segundo Vingador favorito (depois da Natasha). Já o Chris Hemsworth... Eu acho que sou a única pessoa que não morre de amores por ele, e que acha ele muito melhor como James Hunt do que como Thor. Mas paciência.
"Onde a Marvel encontra todos esses atores de aparência desconfortavelmente similar, chamados Chris? Existe um estoque deles em algum lugar? 'Droga nós precisamos de um novo super herói loiro' Oh tudo bem, basta enviar um estagiário para pegar outro de dentro do Cofre de Chris"
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| Ame ou odeie os caras, é difícil argumentar contra isso | 
Essa crítica é bem interessante e válida, o argumento mais real usado nas brigas Marvel vs DC. Muita gente reclama do excesso de humor e tom leve nos filmes da Marvel, dizendo que (e defendendo) a DC se destaca justamente pela pegada dark dos seus filmes. E eu concordo sim que existe um excesso de humor nos filmes da Marvel, e isso me desanima.
E mais uma vez (vide o Caso Viúva Negra), não é o caso de falta de experiência, basta ver os filmes do Capitão América que são incríveis, e mesmo depois de Era de Ultron eu mantenho Capitão América 2 como o meu filme favorito. Os irmãos Russo mostraram que você pode fazer um filme sério, até dramático, que não esquece do humor, mas também não abusa, e tornar ele num sucesso.
Novamente eu digo: a Marvel pode ser as duas coisas (dark e "Sessão da Tarde), não arrisca porque não quer. Ou melhor, ela até tem explorado isso muito mas séries, apostando no dark, no dramático, na seriedade, causando uma baita estranheza nas pessoas. E que continue assim. Agents of Shield, Agent Carter e Demolidor são ótimas e ainda podem melhorar mais, por isso elas têm me empolgado mais do que os filmes..
Há anos, anos eu vinha sonhando com o dia em que a Marvel se arriscaria a ser menos Sessão da Tarde e mais Pé na porta e soco na cara. E eu tô adorando. Que venham as próximas séries nesse mesmo tom, assim eu posso dizer que #VimViEMorri. Feliz.
Por um lado existem argumentos bem justos pra certas críticas que as pessoas fazem sobre a Marvel. Por outro, as pessoas fazem essas críticas não por querer mudar isso, mas só pelo prazer de criticar mesmo, afinal é a internet, e se as pessoas não criticarem, elas se sentem inúteis.










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