Ouço o choro de Caetano, seus nove Grammy Latinos e os dois Grammy gerais

Aconteceu, embora não fosse a previsão mais difícil do mundo. Até mesmo eu, sócia do clube Palpite Pé de Gelo, acertaria que o Tenacious D levaria o prêmio de Melhor Performance Metal ontem no Grammy, o que é uma pena.. Ou não? Afinal, fazer um acerto de uma categoria que nasceu com dois erros mortais era praticamente o décimo quarto trabalho de Hércules.

Não custa repetir: não tenho absolutamente nada contra o Tenacious D. Obviamente eu assisti Escola de Rock e ainda gosto do filme, agora é muito, muito complexo explicar para o meu bom senso como Jack Black, que apesar de ser músico é primeiramente ator, humorista, e venceu as outras bandas com uma música que sequer é sua. Ok, o Grammy não barra a entrada de covers na concorrência, mas ao menos eu acho bem feio não concorrer com uma música autoral.

E que loucura é a academia premiar a música mais fraca entre os indicados, onde até mesmo o cover do Anthrax era mais interessante. Jogou pela janela todo o discurso bonito que eu deixei no fim desse post no sábado.

Se você não sabe, o processo de votação do Grammy é semelhante ao Oscar:

- Antes de tudo, o álbum precisa ter sido lançado dentro do prazo limite, que para a edição 2015 do Grammy foi de 1º de outubro de 2013 até 30 de setembro de 2014;

- Além disso, o álbum deve ter sido comercializado nos Estados Unidos seja via revenda (gravadora > distribuidor), internet, correios ou varejo, e ter sido comercializado ao menos dentro desse prazo;

- Preenchidos os critérios acima, a música é submetida (online) para análise e a academia, de votação em votação, vai filtrando as entradas recebidas (em média 20 mil ao ano) até chegar nos indicados.

O problema já começa aí: a academia peca no critério. Depois peca em seriedade, pois mesmo que o Slipknot tivesse ganho, teria sido com uma música inédita e boa, mas é como eu disse, então vou fazer uma citação de mim mesma (loucura define):

Sabendo como essas premiações são pouco tendenciosas, meu palpite para o vencedor da categoria fica com o Tenacious D. Nada contra a banda, mas verdade seja dita: embora eu veja todo um potencial de exposição que o Grammy pode proporcionar, de nada adianta usar isso para ficar dentro da caixinha. 

Agora é a vida que segue, e a lamentação que fica por algo que começou mal e terminou mal. Pelo menos a cerimônia foi aberta com a performance do AC/DC, assista enquanto os vídeos não caem: