Clichê, mas real

Apesar de a primeira vez e a primeira impressão não serem sempre definitivas, elas sempre vão dar um jeito de se tornarem marcantes na minha e na sua vida: o primeiro salário, a primeira crush em um professor(a) do colégio (eu lembro a minha), o primeiro momento que você teve em mãos aquele CD raro, que deu um trabalho imenso de achar e comprar... Ou o primeiro álbum lançado pela sua banda.

É um cenário que pode intimidar a banda, mas não o Krucipha. Ao invés de tremer na base, o grupo arregaçou as mangas e gravou o incrível Hindsight Square One, o álbum de estreia que hoje dá as caras aqui no Hardmetal Brasil



Por que ouvir Hindsight Square One?

Porque é brutal. Ok, eu sei que brutal é um adjetivo deveras vago, mas ele descreve perfeitamente a sensação que fica ao ouvir o resultado dos esforços dos curitibanos. O Krucipha não faz cerimônia dentro da sua sonoridade, que tem muito groove e uma cozinha certeira formada por João Ricardo Cavali e Felipe Nester. Os dois criam uma melodia agressiva, bem complementada pela percussão. Além disso ainda tem guitarras rápidas, confiantes, sendo que um dos guitarristas (Fabio Guolo) tem a responsa de fazer os vocais principais.

E os vocais não desapontam. Diria até que eles são a cereja do bolo. Muitas vezes a perfomance me fez lembrar de bandas como Machine Head, Lamb of God e Devildriver, o que é uma coisa muito boa, pois eu gosto demais das três bandas. Ah! Isso também me leva a falar de outro fator positivo: a produção das músicas. Por que sinceramente? Quando o assunto é álbum de estreia, mesmo eu, que trabalho com isso, acabo ouvindo qualquer debut com uma pontinha de apreensão, de topar com o típico som de banda de garagem, sem tratamento, sem cuidado.

Me surpreendi (e queimei a língua) com o Krucipha. Comecei a ouvir a primeira faixa com a guarda alta, mas no final eu já tinha entrado 100% na vibe, surpresa com o som polido e que não tem cara de álbum de estreia, o que ganhou pontos duplos de respeito comigo, pois eu fiquei pensando: caramba, se a banda estreou com esse nível, que já é bom, imagina o quanto eles vão me surpreender de novo. Três vivas para as boas expectativas!

No departamento das letras, elas abordam temas feito dilemas e paradoxos da vida moderna, conflitos pessoais, alienações, manipulação das massas, incompatibilidades sociais em geral. E esses temas caem muito bem com esse tipo de som. Fica ainda mais soco no estômago de ouvir.


Destaques

Indigenous Self
The Warning
Tribal War


Conclusão

Se você tiver a chance de comprar o Hindsight Square One, compre. Não por ser o álbum de uma banda brasileira, e sim por ser um bom álbum de uma banda brasileira, porque nacionalidade não é sinônimo de qualidade.. Bandas boas e ruins podem vir de qualquer lugar do mundo. Felizmente, os anos de blog tem me colocado em contato com nomes promissores feito o Krucipha, o que me deixa otimista com o futuro do Brasil.

E digo mais, é uma banda que foge da zona do conforto de fazer heavy clássico ou melódico, coisa na qual já existe bastante. Precisamos disso, de mais bandas com groove, death, core, sinfonias, tudo pelo bem da diversidade do nosso heavy metal. Moral da história: parabéns aos envolvidos na criação do Hindsight Square One.

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Formação
Fabiano Guolo - vocais e guitarra
Luis "RazorB" Ferraz - guitarra
João Ricardo Cavali - baixo
Felipe Nester - bateria
Jgör Nosnyój - percussão e vocais

Tracklist
1. Greater Good Parasite
2. Pulse
3. Denial
4. Indigenous Self
5. The Warning
6. Afforddiction
7. Tribal War
8. Reason Lost