Um teaser misterioso e nada revelador foi lançado, uma fanpage criada e a curiosidade atiçada com sucesso. Agora, depois de pouco mais de dois meses foi revelado do que se trata o Countermove, que desde o começo só deu a única pista de ser uma coisa entre alguns dos maiores nomes do heavy metal nos Países Baixos. Pois bem.
Uma constelação
- Floor Jansen - Nightwish, ReVamp
- Simone Simons - Epica
- Arjen Lucassen - Ayreon, The Gentle Storm
- Charlotte Wessels - Delain
- Anneke van Giersbergen - The Gentle Storm, The Gathering
- Daniel de Jongh - Textures
- Ruud Jolie - Within Temptation
- Dianne van Giersbergen - Xandria
- Mark Jansen - Epica, Mayan
- Marcela Bovio - Stream of Passion
- Joost van den Broek - Producer, ex After Forever
- Valerio Recenti - My Propane
- Manda Ophuis - Nemesa
- Jochem Jonkman - Vanderbuyst
- Caroline Westendorp - The Charm The Fury
- George Oosthoek - Orphanage
- Anand Mahangoe - My Propane
- The Epic Rock Choir - The Theater Equation
- Remon Masseling - My Propane
- Maaike Peterse - Kingfisher’s Sky
- DJ van Zon - My Propane
- Ben Mathot - o.a Ayreon, Kyteman
E para a minha total surpresa, o Countermove não só é um projeto como também uma fundação criada por esses músicos, com objetivo de promover a música (claro), cultura e colaborações entre músicos em apoio a organizações de caridade. Foi só então que o nome (que em tradução livre seria algo como "movimento contrário") realmente fez sentido, mas eis que saiu o segundo teaser. Esse também não revelou muita coisa, mas deu outra dica: teremos um "We Are The World do Metal"!
Mais do que "só" música
Raras vezes eu me senti tão orgulhosa dos metalheads. Primeiro, porque é a realização de um sonho ver esse "We Are The World do Metal" virar realidade, segundo e ainda mais importante, por tudo o que ele envolve: a primeira música gravada será "The Power of Love", com lançamento marcado para 8 de dezembro mediante uma doação. Ou seja, você doa e pode baixar a música. O primeiro desafio do Countermove será fazer isso em apoio a Cruz Vermelha e o Serious Request, evento beneficente que todos os anos é realizado pela rádio holandesa 3FM.
As doações levarão ajuda às vítimas de violência sexual em áreas de conflito.
Fazem três dias que eu tomei conhecimento disso tudo, e desde então eu não paro de pensar a respeito. Durante os 10 anos (e contando) que eu tenho dedicado a minha vida ao heavy metal como ouvinte, e agora, como profissional, sempre ouvi muitas críticas ao gênero, mas você velho (a) de guerra sabe que isso é normal, certo? Sim, é normal, porém não significa que eu fico menos triste.
Abrindo o coração
Sim, várias críticas são justas. Somos preconceituosos, ignorantes e intolerantes quando queremos, e de uma forma que poucos fãs de qualquer gênero musical são. Eu digo isso com uma tristeza enorme, pois por vezes, boa parte dos músicos mostra uma postura diferente, veja o Countermove como prova. Então não, eu não tiro toda a razão dos "haters".
Nunca eu vou negar que no metal existem coisas erradas, que eu não concordo, ou polêmicas. Drogas? Sim. Bebidas? Idem. Violência e promiscuidade? Checado. Nergal? Com certeza. Fingir tudo isso não existe seria esconder o sol com a peneira e falhar miseravelmente. Admitir é muito mais honrado. Entretanto, existe um outro olhar (ou novo olhar, hã?), pois eu acredito que toda história tem ao menos dois lados.
Tal como eu falei esses dias para a Mariana da Alive Comunicações: as pessoas mais simpáticas e queridas que eu conheci na vida (direta e indiretamente) foram graças ao metal. São pessoas educadas, inteligentes, compreensivas, de uma sensibilidade inspiradora. Sobre os músicos eu poderia escrever um livro, de fazer inveja a série Game of Thrones.
Vou deixar um exemplo do que eu digo:
Vou deixar um exemplo do que eu digo:
Afinal, você e eu sabemos: o que os fãs do female fronted mais querem é uma guerra de egos entre as vocalistas, para depois levantarem a bandeira da paz entre bandas e fãs. Ou então eu posso ir mais longe, e dizer que nunca descobri tantos músicos já casados e mesmo com filhos, em relacionamentos estáveis, ou se casando.
Nota: eu não tenho a menor ideia do quão antigas são essas fotos (imagino eu que um bocado):
1) Essa eu tenho certeza que é antiga, afinal Anders Fridén ainda usava dreads (!) A esquerda o vocalista do In Flames aparece com a filha Agnes, e a direta com o filho Edvin, frutos do casamento com Helena Lindsjö;
2) Essa é a minha favorita. Bem normal e relaxada, comemorando o natal como qualquer família mortal. Infelizmente eu não sei o nome delas, mas são nada menos que a filha e a esposa de Mikael Stanne, vocalista do Dark Tranquillity;
3) Bonus cute: o dia do casamento de Amanda Somerville (Epica, Kamelot, Avantasia + 50 projetos) e Sander Gommans (After Forever, HDK e Kiske-Somerville)
Voltando ao Countermove
Iniciativas feito o Countermove são fantásticas. Esses músicos não tem obrigação burocrática com os assuntos que vão defender, afinal ninguém faz parte do governo de nenhum país, que teoricamente deveria se responsabilizar por isso. Eu sei que de boas intenções o inferno está cheio, porém é como dizem, quando a pimenta está nos olhos dos outros, é refresco.
É muito mais fácil se apegar ao lado negativo de qualquer coisa. É mais atraente e tentador você meter o malho em algo que é diferente, porque você não entende, ou porque você é incapaz de pensar: "Ok, ser metalhead tem mais prós ou contras?" Eu digo por mim: os prós superam os contras.
O heavy metal me fez uma pessoa melhor. Ajudou a superar a depressão. Quase virou tema da minha monografia, mas eu preferi o mercado de games. Ajudou a encontrar boa parte do meu caminho como profissional. Influiu positivamente na minha espiritualidade, mesmo que achem ser impossível ser contato com o gênero, trabalhar com ele, e ao mesmo tempo manter uma relação sadia com a religião.
É difícil sim. Meio loucura, até. Mas impossível? Não.
Tanto o metal quanto o cristianismo tem contras, vários. Mas ambos tem prós. Não vou deixar de ser cristã pela música, nem deixar a música por causa da religião. Ao menos nenhum dos dois estão nos planos. Sim, eu imponho limites nas bandas com as quais eu tomo contato, mas o meu plano ainda é tirar proveito das coisas boas que as duas "coisas" tem a me oferecer.
Voltando ao Countermove (dessa vez sim, eu juro)
O heavy metal me fez uma pessoa melhor. Ajudou a superar a depressão. Quase virou tema da minha monografia, mas eu preferi o mercado de games. Ajudou a encontrar boa parte do meu caminho como profissional. Influiu positivamente na minha espiritualidade, mesmo que achem ser impossível ser contato com o gênero, trabalhar com ele, e ao mesmo tempo manter uma relação sadia com a religião.
É difícil sim. Meio loucura, até. Mas impossível? Não.
Tanto o metal quanto o cristianismo tem contras, vários. Mas ambos tem prós. Não vou deixar de ser cristã pela música, nem deixar a música por causa da religião. Ao menos nenhum dos dois estão nos planos. Sim, eu imponho limites nas bandas com as quais eu tomo contato, mas o meu plano ainda é tirar proveito das coisas boas que as duas "coisas" tem a me oferecer.
Voltando ao Countermove (dessa vez sim, eu juro)
Torço para que liberem um vídeo de estúdio ao estilo We Are The World, seria lindo. Ou então, se tocarem "The Power of Love" ao vivo, que façam aquela gravação profissional glamourosa. No mais, longa vida ao Countermove!
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