Hoje é dia de resenha, mas eu vou adaptar levemente o Por que ouvir para transformar no Por que assistir, já que o texto hoje é sobre um show. (e quem sabe essa não vira uma nova seção?) Apesar de fugir do nosso foco hard rock e heavy metal, abra o coração para o rock do Chicago no Live at Soundstage.

Se você está na casa dos 20/25 anos e gosta de música oitentista, é bem difícil nunca ter ouvido falar do Chicago. Na estrada desde 1967 e com 23 álbuns de estúdio lançados, a banda é uma das mais antigas e mais bem sucedidas, muito conhecida pelo soft rock que deu vida à baladas famosas feito "Hard To Say I'm Sorry".

Mas, contrariando a fama romântica o show apresenta um som calcado no mix de rock e jazz fusion, e uma energia que apesar da desconfiança inicial (por razões que eu vou explicar mais a frente), me conquistou com o passar das músicas e no final deixou uma sensação boa e inesperada, pois era um lado do Chicago que eu ainda não conhecia.


Peter Cetera: uma ausência sentida

Me surpreendi logo no início de não ver Peter Cetera no palco. Apesar do meu conhecimento sobre a história do Chicago não ser grande, eu já imaginava que a formação do show não seria a mesma de 67, mas ao mesmo tempo eu tinha esperança de ver Cetera, que foi a voz da banda até 1985, afinal essas reuniões vira e mexe unem formações originais. Engano meu. A partir daí senti certa resistência em continuar assistindo o show exibido pelo canal Bis, mas ao resolvi dar uma chance porque apesar disso, seria a primeira chance de ouvir alguma música fora do trio Hard To Say I'm Sorry/If You Leave Me Now/You're The Inspiration


Nessa apresentação do Soundstage os vocais ficaram sob responsabilidade de Robert Lamm, James Pankow, Lee Loughnane, Bill Champlin, Jason Scheff e Keith Howland, com os back vocais de Walter Parazaider, onde Lamm, Loughnanem e Pankow, membros da primeira formação, continuam em seus postos de vocalistas. A performance é decente, e o fato de serem historicamente as mesmas vozes do Chicago evita que o show fique tão anormal. Mesmo assim não dá para negar a sensação de que a banda se apresenta sem um vocalista principal


Então, por que assistir Chicago - Live at Soundstage?

Porque apesar do fator voz frustrar um pouco, no fator melodia a banda se sai impecavelmente bem. A presença de metais tais como trombone e trompete é normal no Chicago desde o começo, mas era algo no qual eu não sabia justamente por só conhecer o trio de baladas, por isso fiquei positivamente surpresas com outra descoberta. Esses instrumentos deixam o som descontraído, leve, contagiante, com a cara das big bands americanas que fizeram sucesso entre as décadas de 20 e 50, muito usadas (e bem usadas) por artistas feito Frank Sinatra e Phil Collins*.

(*o Mestre da blogueira que vos fala)


Isso cria uma energia boa, que tal como eu falei é super contagiante, e aos poucos eu me senti mais confortável para assistir o show, me deixei levar pelo som, e quando percebi já estava até batendo pé durante as músicas mais puxadas para o rock (claro), esse que são ótimas, um must pra você ouvir e ver como a banda é bem mais do que a fama romântica mostra ser. Em músicas feito 25 Or 6 To 4 (um encerramento perfeito) a pegada fica mais animada, e em outras feito Does Anybody Really Know What Time It Is?, mais dançante e agradável.


Os mais atentos também vão sacar outras referências de música oitentista, essas aparecendo com força no trabalho dos teclados e dos sintetizadores,

Destaques

Hard to Say I'm Sorry
Does Anybody Really Know What Time It Is
25 Or 6 To 4


Conclusão


"Chicago - Live At Soundstage" é um show é delicioso para você assistir, relaxar, sair um pouco da zona de conforto da guitarra distorcida/bateria cavalgada e aumentar o currículo de bandas ouvidas. Os músicos são competentes, carismáticos ao seu jeito, executam um setlist interessante e conseguem sim prender a atenção.

Entretanto, nem tudo são flores: é muito, muito difícil encontrar esse show na internet. Mesmo vídeos aleatórios são escassos, mas eu encontrei alguns e vou deixar no final da resenha. Entretanto [2], eu jamais ia deixar você na mão, então trago duas dicas:

1) Acesse o site da Qello, empresa que trabalha com serviço de streamings de shows, cadastre-se gratuitamente (dá até para usar o Facebook no cadastro) e aproveite o trial de 7 dias para assistir não só o show do Chicago e quantos a sua semana permitir. É só clicar aqui. Ah! Você também pode assistir sem cadastro os vídeos de "If You Leave Me Now", "Does Anybody Really Know What Time It Is?" e "25 Or 6 To 4".

2) Ou então acesse o canal da Qello no Youtube. Você paga a assinatura mensal de R$ 9.90 e tem direito a assistir vários shows, ou então simplesmente curtir o trial de 14 dias, no esquema igual ao do site. Clique aqui pra conferir.


Formação

Robert Lamm -  teclados, sintetizadores, guitarra, vocais 
James Pankow - trombone, percussão, teclados, vocais 
Lee Loughnane - trumpete, violão, vocais 
Walter Parazaider - sopros*, backing vocais 
Bill Champlin - teclados, sintetizadores, guitarra, vocais 
Jason Scheff - baixo, vocais 
Tris Imboden - bateria, percussão, gaita 
Keith Howland - guitarra, vocais

*instrumentos da familia de madeiras, para mais detalhes, leia esse artigo


Tracklist

1. Make Me Smile
2. Colour My World
3. Now More Than Ever
4. If You Leave Me Now
5. Dialogue
6. Hard Habit To Break
7. Saturday In The Park
8. Beginnings
9. Just You and Me
10. Does Anybody Really Know What Time It Is?
11. Feeling Stronger Everyday
12. I'm A Man
13. Hard To Say I'm Sorry / Get away
14. Free
15. 25 Or 6 To 4