Esse é um textos que eu tenho remoído há 2 anos sem saber como escrever e quando postar. O dilema mais doido de todos os tempos da última semana. Entretanto, depois de 4 anos eu sinto que tenho alguma condição de "romper o silêncio" e abrir o jogo sobre o tema do post: por que nós não falamos sobre certos assuntos. (na verdade, porque eu não falo sobre eles).
Porque o dia só tem 24 horas (e a semana 7 dias)
Eu adoraria escrever imediatamente sobre tudo o que me vem na cabeça. Escrever é um vício. Mas com horários muito bem regulados (*sarcasmo*), vida offline complicada e a grande quantidade de coisas pra cuidar no Hardmetal Brasil que vão além da criação de posts, certos textos acabam parando no arquivo morto.
Porque eu me pressiono demais
Você que me acompanha já se acostumou com a abordagem: posso mudar o estilo de escrita, mas eu sempre vou atrás do novo olhar, conceito que deu vida ao "slogan" do blog quando eu e o Waka o tiramos da lama. O conceito já existia na minha vida há alguns anos, mas só ganhou força em 2008 com a criação do meu primeiro blog, um tema único na internet, mas extremamente extressante.
Meu ódio pela incoerência deu vida ao Danicamania. Durante 2 anos (2008/2010) eu acompanhei a carreira da piloto americana Danica Patrick, a primeira mulher a vencer na categoria que aqui no Brasil nós conhecemos como Fórmula Indy, aprendi a traduzir notícias, dei mais valor a pesquisa, caçei vídeos, e critiquei a visão estereotipada que muitos tinham (e ainda têm) sobre a piloto.
Tudo porque onde muitos enxergavam uma garota propaganda, eu enxergava uma piloto que durante 2 anos foi inspiração pra mim pela coragem de encarar os críticos, e de correr (literalmente) atrás do sonho de fazer o que ela sempre gostou. Foi quando eu aprendi mais uma coisa: a ver os dois lados da história.
Phil Collins é outra das minhas inspirações. Nessa música ele consegue traduzir muito bem como os nossos relacionamentos ficam complicados quando não aprendemos a ver os dois lados de qualquer história. A mensagem é atualíssima, mas o vídeo foi lançado em 1993. Já fazem 21 anos.
Toda essa bagagem me fez crescer como pessoa e escritora, e me fez gostar de esclarecer, mostrar, explicar, questionar tudo o que me irrita na vida, e falando daqui, do que me irrita no heavy metal. Mas é uma vontade desgastante, sabe? Eu sempre escrevo no modo tiro, porrada e bomba, é raro eu relaxar. Mesmo com o Waka me aconselhando a fazer isso. Eu não sei escrever de outra forma.
Meu ódio pela incoerência deu vida ao Danicamania. Durante 2 anos (2008/2010) eu acompanhei a carreira da piloto americana Danica Patrick, a primeira mulher a vencer na categoria que aqui no Brasil nós conhecemos como Fórmula Indy, aprendi a traduzir notícias, dei mais valor a pesquisa, caçei vídeos, e critiquei a visão estereotipada que muitos tinham (e ainda têm) sobre a piloto.
Tudo porque onde muitos enxergavam uma garota propaganda, eu enxergava uma piloto que durante 2 anos foi inspiração pra mim pela coragem de encarar os críticos, e de correr (literalmente) atrás do sonho de fazer o que ela sempre gostou. Foi quando eu aprendi mais uma coisa: a ver os dois lados da história.
Phil Collins é outra das minhas inspirações. Nessa música ele consegue traduzir muito bem como os nossos relacionamentos ficam complicados quando não aprendemos a ver os dois lados de qualquer história. A mensagem é atualíssima, mas o vídeo foi lançado em 1993. Já fazem 21 anos.
Toda essa bagagem me fez crescer como pessoa e escritora, e me fez gostar de esclarecer, mostrar, explicar, questionar tudo o que me irrita na vida, e falando daqui, do que me irrita no heavy metal. Mas é uma vontade desgastante, sabe? Eu sempre escrevo no modo tiro, porrada e bomba, é raro eu relaxar. Mesmo com o Waka me aconselhando a fazer isso. Eu não sei escrever de outra forma.
Porque eu não quero roubar cliques
O clickbait é uma das práticas mais comuns e nojentas que um blog ou site pode usar para atrair leitores. No Brasil nós temos um mestre nisso (o Whiplash). No que consiste? Já falei sobre o assunto aqui, mas hoje eu explico melhor:
Clickbait é um termo pejorativo que descreve um conteúdo criado para gerar lucro com publicidade on-line, usando manchetes sensacionalistas que atraem cliques e incentivam o leitor a repassar esse conteúdo via redes sociais. É uma prática que joga com a curiosidade, pois fornece informações que atiçam o leitor de tal forma que ele se só satisfaz quando clica no maldito link.
Mas, porém, entretanto, contudo, todavia, o conteúdo "clickbaiteado" 101% das vezes peca (e muito) na qualidade da informação e cria notícias fúteis, polêmicas que propositalmente não tem nenhum sentido além de roubar a sua atenção, o seu clique e o seu tempo de acesso. Literalmente um attention whore da vida.
(Vai pensando em mais uns 500 sites que são assim)
Seria fácil fazer a mesma coisa aqui. Ter a mente aberta me faz saber muito sobre muita coisa, e um bom exemplo disso é a variedade das resenhas que eu trago. Sem contar que o Waka sempre me deu força pra escrever sobre o que eu quiser. Eu poderia falar sobre sexismo, feminismo, religião, anti-religião, sexualidade.. Nunca tive dificuldade em relacionar assuntos óbvios e improváveis ao heavy metal.
Mas se a ideia é fazer isso para roubar de você o seu clique, eu não quero. Eu quero conquistar a sua atenção, o seu clique, e o nosso dinheiro produzindo textos que valham ao menos 5 minutos do seu tempo, que deixe você curioso de ir no Youtude, na Encyclopaedia Metallum ou na Wikipedia pra saber mais sobre uma álbum ou banda.
Porque é complicado
Esse item é o coração do problema.
Eu nunca gostei de postar coisas aleatórias aqui, por isso os meus textos não saem rápido e o blog demora a ser atualizado: eu escolho notícias, analiso, vejo se são interessantes, checo fontes, cruzo dados, confiro até o som das bandas dos releases que nós recebemos. Se eu falo sobre um assunto ou divulgo uma banda, é porque eu comprei a briga de achar que ela vai acrescentar alguma coisa na sua vida.
Na página "Sobre como divulgar a sua banda" que fica na nossa Wiki tem um parágrafo interessante:
Nunca escondi de você: o meu critério de escolha sobre o que passa no Hardmetal Brasil é rigoroso, até porque como eu escrevo com as minhas próprias mãos cada post que sai (exceto pelos releases), não posso me desdobrar pra 500 lados diferentes (apesar da vontade). Por isso sim, por mais popular que certa banda ou assunto sejam, se isso não estiver dentro dos princípios do blog que por tabela são os meus, eu veto o post.
Eu acredito em discussão, mas eu acredito em discussão inteligente. Quer mais um exemplo? Eu dou, e dessa vez dizendo algo que eu não falo abertamente com ninguém: eu sou cristã. E em 2013 um dos melhores álbuns que eu ouvi foi o Construct do Dark Tranquillity, banda cujo vocalista (Mikael Stanne) é ateu. Sem contar que o Construct tem uma crítica séria a religião (entre outras sobre o relacionamento entre as pessoas).
Mesmo assim eu gostei muito do álbum, até desbravei os outros álbuns da banda e gostei de várias músicas (e ouçam o Projector que é incrível). E por que isso foi possível:
Tudo isso me complica porque é bem mais fácil ser só metalhead ou só cristão, é mais cômodo e dá menos trabalho. Agora tente pertencer aos dois mundos? É uma experiência com um grau de stress absurdo, você enloquece, o preconceito vem de todos os lados, mas ao mesmo tempo é algo incrível e eu jamais vou me arrepender disso.
Eu não acredito na liberdade de expressão, mesmo sendo formada em comunicação social. Isso é uma desculpa para as pessoas (todas, sem exceção) usarem de escudo e dizer de tudo, então não posso dar corda pra qualquer hype. Eu acredito na liberdade de expressão usada com bom senso, o que é diferente. Eu acredito que podemos ter opiniões diferentes e ainda assim respeitarmos um ao outro.
Clickbait é um termo pejorativo que descreve um conteúdo criado para gerar lucro com publicidade on-line, usando manchetes sensacionalistas que atraem cliques e incentivam o leitor a repassar esse conteúdo via redes sociais. É uma prática que joga com a curiosidade, pois fornece informações que atiçam o leitor de tal forma que ele se só satisfaz quando clica no maldito link.
Mas, porém, entretanto, contudo, todavia, o conteúdo "clickbaiteado" 101% das vezes peca (e muito) na qualidade da informação e cria notícias fúteis, polêmicas que propositalmente não tem nenhum sentido além de roubar a sua atenção, o seu clique e o seu tempo de acesso. Literalmente um attention whore da vida.
(Vai pensando em mais uns 500 sites que são assim)
Seria fácil fazer a mesma coisa aqui. Ter a mente aberta me faz saber muito sobre muita coisa, e um bom exemplo disso é a variedade das resenhas que eu trago. Sem contar que o Waka sempre me deu força pra escrever sobre o que eu quiser. Eu poderia falar sobre sexismo, feminismo, religião, anti-religião, sexualidade.. Nunca tive dificuldade em relacionar assuntos óbvios e improváveis ao heavy metal.
Mas se a ideia é fazer isso para roubar de você o seu clique, eu não quero. Eu quero conquistar a sua atenção, o seu clique, e o nosso dinheiro produzindo textos que valham ao menos 5 minutos do seu tempo, que deixe você curioso de ir no Youtude, na Encyclopaedia Metallum ou na Wikipedia pra saber mais sobre uma álbum ou banda.
Porque é complicado
Esse item é o coração do problema.
Eu nunca gostei de postar coisas aleatórias aqui, por isso os meus textos não saem rápido e o blog demora a ser atualizado: eu escolho notícias, analiso, vejo se são interessantes, checo fontes, cruzo dados, confiro até o som das bandas dos releases que nós recebemos. Se eu falo sobre um assunto ou divulgo uma banda, é porque eu comprei a briga de achar que ela vai acrescentar alguma coisa na sua vida.
Na página "Sobre como divulgar a sua banda" que fica na nossa Wiki tem um parágrafo interessante:
Lembrando que o blog reserva-se o direito de barrar materiais cujo conteúdo faça apologia à drogas, comportamentos hostis, preconceito de qualquer vertente (religioso, geográfico, sexual, social), pois embora respeitemos a liberdade de expressão, respeitamos acima de tudo a liberdade de expressão usada com bom senso.
Nunca escondi de você: o meu critério de escolha sobre o que passa no Hardmetal Brasil é rigoroso, até porque como eu escrevo com as minhas próprias mãos cada post que sai (exceto pelos releases), não posso me desdobrar pra 500 lados diferentes (apesar da vontade). Por isso sim, por mais popular que certa banda ou assunto sejam, se isso não estiver dentro dos princípios do blog que por tabela são os meus, eu veto o post.
Eu acredito em discussão, mas eu acredito em discussão inteligente. Quer mais um exemplo? Eu dou, e dessa vez dizendo algo que eu não falo abertamente com ninguém: eu sou cristã. E em 2013 um dos melhores álbuns que eu ouvi foi o Construct do Dark Tranquillity, banda cujo vocalista (Mikael Stanne) é ateu. Sem contar que o Construct tem uma crítica séria a religião (entre outras sobre o relacionamento entre as pessoas).
Mesmo assim eu gostei muito do álbum, até desbravei os outros álbuns da banda e gostei de várias músicas (e ouçam o Projector que é incrível). E por que isso foi possível:
- A ótima sonoridade do álbum
- Em algumas entrevistas (leia aqui e aqui) Stanne usa argumentos interessantes e até válidos ao explicar o tema do Construct
- Porque apesar de ter as minhas crenças, eu não abandono nem elas, nem o heavy metal. Ao invés disso, eu procuro tirar o melhor de ambos, pois ambos são muito importantes para mim.
Tudo isso me complica porque é bem mais fácil ser só metalhead ou só cristão, é mais cômodo e dá menos trabalho. Agora tente pertencer aos dois mundos? É uma experiência com um grau de stress absurdo, você enloquece, o preconceito vem de todos os lados, mas ao mesmo tempo é algo incrível e eu jamais vou me arrepender disso.
Eu não acredito na liberdade de expressão, mesmo sendo formada em comunicação social. Isso é uma desculpa para as pessoas (todas, sem exceção) usarem de escudo e dizer de tudo, então não posso dar corda pra qualquer hype. Eu acredito na liberdade de expressão usada com bom senso, o que é diferente. Eu acredito que podemos ter opiniões diferentes e ainda assim respeitarmos um ao outro.
Porque a minha missão aqui é outra
Quando eu tinha meus 15, 16 anos, eu era doida pra mudar o mundo. Hoje aos 25 eu desisti. Por que? Isso não é pra mim. A minha missão não é ser a mártir desse século, é achar boa música e mostrar ela pra você. Interpretar o mundo através do heavy metal, traduzir e te contar. Mostrar ao não-metalhead que nós não somos vândalos e vagabundos, pelo contrário. A cara amarrada de alguns é só um jeito de viver nesse mundo de mágoas.
Pra fechar, uma música que traduz 100% como eu me sinto agora. Afinal, hoje é dia de dar uma bicuda no drama.
(e sim, tem uns anos que eu ando apaixonada pelo metal sueco)
Quando eu tinha meus 15, 16 anos, eu era doida pra mudar o mundo. Hoje aos 25 eu desisti. Por que? Isso não é pra mim. A minha missão não é ser a mártir desse século, é achar boa música e mostrar ela pra você. Interpretar o mundo através do heavy metal, traduzir e te contar. Mostrar ao não-metalhead que nós não somos vândalos e vagabundos, pelo contrário. A cara amarrada de alguns é só um jeito de viver nesse mundo de mágoas.
Pra fechar, uma música que traduz 100% como eu me sinto agora. Afinal, hoje é dia de dar uma bicuda no drama.
(e sim, tem uns anos que eu ando apaixonada pelo metal sueco)
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