Há muito tempo que eu não escrevo qualquer resenha de álbum para o HMBR. Isso me chateia não é de hoje, mas ao mesmo tempo também é reflexo de como eu me sinto com relação ao heavy metal de uns tempos para cá: dividida. Ou os lançamentos de 2015 não me empolgaram muito, ou a vida não deu pique de escrever sobre os poucos que eu ouvi. Mas ano novo, vida nova! Minha primeira resenha de 2016 é um salto no tempo, e no real sentido da palavra, pois o álbum é de 2014, mas tem a cabeça nos anos 80, a década da música que eu mais gosto.
Se você é aquela pessoa que pensa que apenas de prog vive o músico do metal progressivo, ou que os baixistas não são gente criativa.. Vamos nos enganar juntos e ouvir Mike LePond's Silent Assassins.
Se você é aquela pessoa que pensa que apenas de prog vive o músico do metal progressivo, ou que os baixistas não são gente criativa.. Vamos nos enganar juntos e ouvir Mike LePond's Silent Assassins.
Por que ouvir "Mike LePond's Silent Assassins"?
Porque o álbum foi liberado gratuitamente no Soundcloud do Mike LePond, baixista do Symphony X. Só isso já deixa 0% de desculpa pra você dizer que não ouviu, mas se ainda assim você quiser um motivo mais musical, lá vai: o álbum é super divertido! Eu sei que passei esse tempo no ostracismo, porém voltar nas ondas de um som tão empolgante, bem trabalhado e divertido é um refresco para a alma, sabe? Aliviou um pouco da sensação de que a fase atual do heavy metal anda saturada.
O álbum une heavy metal clássico, vocais agudos, velocidade, guitarras matadoras e certos elementos folk que soam inusitados da primeira vez, mas que ao mesmo tempo são super cativantes e não soam fora de encaixe, pelo contrário. Tem momentos que o som lembra Iron Maiden, principalmente pelos vocais (e eu vou falar sobre eles daqui a pouco), e no geral as músicas esbanjam energia com vontade de pular e/ou bater cabeça. Mike também foi muito feliz na escolha dos outros músicos, que não decepcionam e na verdade, fazem você querer descobrir quem eles são (por conta da boa impressão que fica).
Falando do vocalista: ele é impecável. Até pesquisei o nome dele. Alan Tecchio é versátil, constante, tem uma voz de respeito que cativa e carrega o álbum sem stress, sendo uma peça importante no sucesso das nove músicas.
Destaques
"The Quest": a introdução meio folk renascentista (acho que faz sentido dizer isso?) é boa demais! Logo em seguida a música mergulha numa sequência de baixo que remete muito ao Maiden, dando espaço para um corre nervoso da bateria com as guitarras, e esse ritmo fica na maior parte do tempo, exceto pelo refrão, que é mais cadenciado. Mas a melhor parte da música mesmo começa aos 04:45, naquela coisa de bate palmas estilo medieval muito, muito boa, com o baixo rolando solto ao fundo até entrar nervoso de novo e voltar a correria. É uma música com momentos bem divididos.
"The Outsider": a dupla baixo e bateria na introdução são incríveis. Mas elas dão sequência a uma melodia mais dançante, por assim dizer, que na primeira vez que eu ouvi me surpreendeu, embora positivamente. Tem bem cara de trilha sonora desses filmes de ação antigos, sabe? Mesmo a parte rápida por volta dos 03:20 mantém o peso e a animação, tudo sempre carregado por um vocal impecável, e eu consigo até ver um Van Damme ou Sylvester Stallone quebrando coisas ao som dessa música, o que é deveras legal.
"Masada": nem preciso dizer que é outra faixa com introdução acertada na faixa, né? Essa já acerta por ser lenta, e numa hora boa do álbum, porque serve pra dar um respiro e aliviar o ritmo corrido das 4 músicas de antes, e isso é bom, não torna a audição enjoativa. O ritmo de semi balada quase alá Scorpions (?) domina a melodia, com um refrão simpático, desses de cantar balançando os isqueiros. Aqui o baixo brilha em várias partes, claro, e como fã do instrumento que eu sou, adoro notar isso.
Conclusão
Minha crise de interesse no metal fez descartar muita coisa em 2015, porém o caldeirão de referências que o baixista Mike LePond uniu em "Mike LePond's Silent Assassins" tirou parte dessa mágoa. O álbum é consistente, gostoso de ouvir, que deixa aquela sensação de "poxa, valeu a pena 'gastar' 57 minutos do meu tempo ouvindo essas músicas", o que não me acontecia há um pouco de tempo. Foi bem legal. A fórmula do som não é vem de Marte, mas a forma na qual a banda segue a receita do bolo é o que fez ganhar a minha atenção.
"Mike LePond's Silent Assassins" é um álbum super indicado pra dar aquele gás na hora da academia, para aguentar a hora do rush voltando do trabalho ou da escola/faculdade, e porque não, até para embalar a faxina da depressão na sua casa, afinal com heavy metal no ouvido qualquer coisa fica mais fácil de encarar. Resumindo, parabéns aos envolvidos.
Tracklist
01. Apocalypse Rider
02. Red Death
03. The Quest
04. The Outsider
05. Masada
06. Silent Assassins
07. Ragnarok
08. The Progeny
09. Oath Of Honor
Formação
Mike LePond: Baixo, guitarra base, backing vocals
Alan Tecchio: Vocal
Metal Mike: Guitarra solo
Michael Romeo: Guitarra solo, teclado
Links relacionados
http://www.theomegaorder.com/MIKE-LEPOND-Mike-LePonds-Silent-Assassin
https://www.facebook.com/mikelepondssilentassassins
https://soundcloud.com/knifefightmedia/sets/mike-leponds-silent-assassins
O álbum une heavy metal clássico, vocais agudos, velocidade, guitarras matadoras e certos elementos folk que soam inusitados da primeira vez, mas que ao mesmo tempo são super cativantes e não soam fora de encaixe, pelo contrário. Tem momentos que o som lembra Iron Maiden, principalmente pelos vocais (e eu vou falar sobre eles daqui a pouco), e no geral as músicas esbanjam energia com vontade de pular e/ou bater cabeça. Mike também foi muito feliz na escolha dos outros músicos, que não decepcionam e na verdade, fazem você querer descobrir quem eles são (por conta da boa impressão que fica).
Falando do vocalista: ele é impecável. Até pesquisei o nome dele. Alan Tecchio é versátil, constante, tem uma voz de respeito que cativa e carrega o álbum sem stress, sendo uma peça importante no sucesso das nove músicas.
Destaques
"The Quest": a introdução meio folk renascentista (acho que faz sentido dizer isso?) é boa demais! Logo em seguida a música mergulha numa sequência de baixo que remete muito ao Maiden, dando espaço para um corre nervoso da bateria com as guitarras, e esse ritmo fica na maior parte do tempo, exceto pelo refrão, que é mais cadenciado. Mas a melhor parte da música mesmo começa aos 04:45, naquela coisa de bate palmas estilo medieval muito, muito boa, com o baixo rolando solto ao fundo até entrar nervoso de novo e voltar a correria. É uma música com momentos bem divididos.
"The Outsider": a dupla baixo e bateria na introdução são incríveis. Mas elas dão sequência a uma melodia mais dançante, por assim dizer, que na primeira vez que eu ouvi me surpreendeu, embora positivamente. Tem bem cara de trilha sonora desses filmes de ação antigos, sabe? Mesmo a parte rápida por volta dos 03:20 mantém o peso e a animação, tudo sempre carregado por um vocal impecável, e eu consigo até ver um Van Damme ou Sylvester Stallone quebrando coisas ao som dessa música, o que é deveras legal.
"Masada": nem preciso dizer que é outra faixa com introdução acertada na faixa, né? Essa já acerta por ser lenta, e numa hora boa do álbum, porque serve pra dar um respiro e aliviar o ritmo corrido das 4 músicas de antes, e isso é bom, não torna a audição enjoativa. O ritmo de semi balada quase alá Scorpions (?) domina a melodia, com um refrão simpático, desses de cantar balançando os isqueiros. Aqui o baixo brilha em várias partes, claro, e como fã do instrumento que eu sou, adoro notar isso.
Conclusão
Minha crise de interesse no metal fez descartar muita coisa em 2015, porém o caldeirão de referências que o baixista Mike LePond uniu em "Mike LePond's Silent Assassins" tirou parte dessa mágoa. O álbum é consistente, gostoso de ouvir, que deixa aquela sensação de "poxa, valeu a pena 'gastar' 57 minutos do meu tempo ouvindo essas músicas", o que não me acontecia há um pouco de tempo. Foi bem legal. A fórmula do som não é vem de Marte, mas a forma na qual a banda segue a receita do bolo é o que fez ganhar a minha atenção.
"Mike LePond's Silent Assassins" é um álbum super indicado pra dar aquele gás na hora da academia, para aguentar a hora do rush voltando do trabalho ou da escola/faculdade, e porque não, até para embalar a faxina da depressão na sua casa, afinal com heavy metal no ouvido qualquer coisa fica mais fácil de encarar. Resumindo, parabéns aos envolvidos.
Tracklist
01. Apocalypse Rider
02. Red Death
03. The Quest
04. The Outsider
05. Masada
06. Silent Assassins
07. Ragnarok
08. The Progeny
09. Oath Of Honor
Formação
Mike LePond: Baixo, guitarra base, backing vocals
Alan Tecchio: Vocal
Metal Mike: Guitarra solo
Michael Romeo: Guitarra solo, teclado
http://www.theomegaorder.com/MIKE-LEPOND-Mike-LePonds-Silent-Assassin
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