Hashtag #KátiaMeEntenderia

Há uns 15 dias (eu acho), saiu a primeira parte desse especial que nasceu com a ideia de ser um rage, mas que virou um mix de rage, opinião e desabafo. Ou isso tudo é rage do mesmo jeito? Enfim. Você pode ler o post anterior aqui, e eu recomendo, pra não ficar perdido(a) agora que eu estou postando a segunda parte, que por motivos de força maior acabou atrasando, mas tendo um lado positivo:


Eu gostei demais desse vídeo, porque o Waka enfim explicou os nossos planos pro futuro do site, mas ele também finalmente deixou uma ponta do rage dele, que acredite em mim, ele está segurando há muito, muito tempo. Eu continuo insistindo pra ele fazer vídeo e/ou post sobre isso, mas quem sabe sai a bomba completa. Entretanto, só pelo que ele disse já vai agregar valor ao meu post.

Hoje é dia de falar sobre as pressões da vida offline, expectativas, dicas e experiências.



Se você quer ser blogueiro(a) para ter sucesso e fama rápidos, pense 50 vezes

O assunto é polêmico e extremamente complicado. Muitos sites falam sobre isso, oferecem fórmulas milagrosas por 10x sem juros, uh oh que vão levar você a ser a nova celebridade da internet em pouco tempo, mas eu já posso te dizer: corra disso. O sucesso de um blog/site depende de muitos fatores, a começar pela disponibilidade de tempo pra produzir o conteúdo. Se você quer ter um blog, e quer manter ele com qualidade escrevendo apenas nos tempos livres onde você quer: ir ao cinema, falar ao telefone, namorar.. Pule fora agora.

Claro, você pode ter a sua vida offline e online, mas se você quiser dar apenas as sobras do seu tempo para o seu site.. Não vai dar certo. A menos que você queira fazer uma coisa por diversão, de postar quando você tiver vontade. Digo pela minha experiência com blogs, que é razoável tanto em quantidade quanto em qualidade. A 1ª dica que eu dou é: apaixone-se pelo projeto que você criou ou vai criar.

Dá pra fazer dinheiro com isso? Dà embora dependa de faores tais como tema que você escolher pra escrever, da gestão do seu site, de quem vai te ajudar (ou não), do tempo dedicado, e principalmente: do interesse em trabalhar. Entretanto, também tem outro porém importante: saber manter o equilíbrio. Esse foi o motivo que levou ao fim do meu primeiro blog. (sobre automobilismo)

Tudo começou muito bem, muito divertido, eu era pioneira no assunto (até onde eu sei), mas a ideia que eu riei porque queria acabou ficando maior do que eu, e eu me senti obrigada a manter ela viva. E por mais sério que o seu site seja, quando você faz qualquer coisa por se sentir obrigado e não de forma expontânea.. Vira um peso. Doeu, mas quando eu senti que um hobby estava dando stress e eu sequer conseguia curtir minhas corridas.. Decidi terminar. 

E ainda assim eu não excluí ele, só ocultei para o público. De vez em quando dou uma olhada em posts de 2008, 2009 e penso meu Deus do céu, quem era essa pessoa escrevendo? Deu trabalho pra fazer. Deletar seria burrice.



Produzir conteúdo para a internet: uma carreira possível?

Depende de ainda mais fatores. Mas é.. Eu acredito que dá sim, mesmo não "vivendo dos lucros" do site, que pelo contrário, às vezes gera gastos. Vira e mexe eu e o Waka investimos seja em dinheiro, pesquisa, e/ou planejamento. Isso se você quer ter um projeto bacana. Se você quer sucesso rápido, monte um site de tirinhas ou fofocas, grave vlogs falando mal de mais de meio mundo e pronto! Logo a MTV contrata você.

Esse foi o meu erro. O maior de todos. Por anos eu invejei e quis ser "a nova Kéfera", fiquei tão obcecada com a necessidade de sucesso que o futuro do HMBR foi ameaçado muitas vezes. Tenho dó do Waka que aguenta meus desabafos desde 2010, mas ao mesmo tempo eu agradeço imenso por ele ser tão paciente. Têm horas que nem eu me aguento.

Mas o motivo disso é claro feito água. A vida offline. Quando eu digo que o equilíbrio entre o off e o on são fundamentais, é porque eu sei. Eu estava lá. Há 5 anos eu sofro pressão de todos os lados de pessoas que não acham o "ser blogueiro" um emprego, ainda mais se você não ganha 1 centavo com isso. Normal. Por maior que seja  sua dedicação, o sucesso ainda é medido por quanto você coloca na sua carteira.

Afinal sonhos e planos são românticos, mas eles não pagam as contas no final do mês, certo? Tem horas que é preciso um pouco de realismo também. Sonhar é bom, mas não é exatamente "de graça" feito o ditado popular diz. É um conflito que eu vivo diariamente porque não, agente não ganha 1 centavo com o site. Ainda. E isso faz com que você tenha menos valor que os seus amigos ou primas, que trabalham de carteira assinada, mas trabalham feito condenados(as).

Pra você não se assustar: sou freelancer de qualquer coisa relacionada a internet, design web, gráfico, serviços pequenos e médios sempre relacionados ao computador, o que acaba sendo uma vantagem pra mim. Não consigo absorver a ideia de passar 4 anos numa faculdade e ficar aturando a ignorância de um chefe.


Fonte: Deviantart

Correr riscos e quebrar a cara são duas necessidades

Eu e o Waka vimos meio tarde essa brecha de tornar o blog em site, e tornar o hobby em trabalho. Foi o primeiro quebra-cara. Já passamos perto de ganhar os primeiros R$ com o blog, mas vacilamos. Foi uma lição difícil. Nesse meio tempo criamos o nosso midia kit, sim, vamos atualizar ele, e vamos resolver uma série de burocracias. Enquanto isso eu entro em parafuso.

Isso frustra. Muito. Só que a culpa não é de vocês. Menos ainda é culpa "dos outros sites". Eu tenho é que ficar feliz por eles terem alcancado o feedback que eu quero. É que nem diz a Céline Dion, que se eu realmente quero uma mudança, então eu devo admitir que eu sou a unica a culpar. Realista.

Já chegamos no 2º turno do Prêmio TopBlog, entrevistamos nomes do metal feito Elize Ryd (Amaranthe), Tony Kakko (Sonata Arctica), Deus Andre Matos, Dave Evans (o 1º vocal do AC/DC), o site está perto dos 320 mil views (quando esse post sair talvez já tenha passado).. Mas ainda tem muito mais coisa pra gente fazer.

Minha vida com o blog é complicada, mas ficaria pior ainda sem ele. Eu posso não ser uma escritora de mão cheia, mas eu acredito no potencial nossos leitores. De vocês. Eu acredito que vocês querem mais da vida, dos sites, das pessoas, que vocês querem informação, sim, mas que também querem diversão, opinião, que cansaram do falso moralismo e "imparcialidade" dos portais de conteúdo.

É por isso que esse site ainda existe e vai crescendo. Porque eu acredito nisso.



Na próxima parte do especial

Dessa vez o "Vale a pena ser blogueiro(a)" focou no fator emocional de trabalhar produzindo conteúdo para a internet. Isso de forma resumida, porque dava pra fazer uma monografia sobre o tema. Na próima parte do especial (que deve ser a última), não perca o desabafo sobre a dor de cabeça pode ser trabalhar com as bandas do metal brasileiro, elas que reclamam tanto da falta de espaço pra mostrar o seu trabalho, mas que também não calçam as sandalhas da humildade.