Em 2011 você a minha primeira menção honrosa as mulheres do metal, e em 2013 você leu um pouco do meu pensamento sobre o exemplo de Simone Simons, texto com o maior número de acessos da história do blog: mais de 4 mil. Após pensar sobre isso, fazer uma retrospectiva mental, fiquei me perguntando... 

Sobre o que falar dessa vez?

Nós bem sabemos como o female fronted funciona. Defeitos e particularidades. A mania dos fãs discutirem quem é mais deusa do que quem, estimulando o canibalismo musical que eu tanto condeno. São assuntos sobre os quais eu falei muitas vezes, por isso comecei a me sentir incomodada pela falta de ideias, até o acaso me fazer voltar atrás pra falar da pioneira na minha vida metalhead: 

Tarja Turunen.

Meu grau de suspeitice pra falar sobre a Tarja é imenso. Como já contei antes, foi graças ao trabalho dela com o Nightwish que há 10 anos comecei a me tornar o que hoje eu sou, musicalmente e pessoalmente, e mesmo após a amarga saída da banda eu fico muito feliz de ver que ela não se manteve viva apenas na cena, mas também dentro do meu mundinho musical particular.



Calçando sapatos de chumbo
Tarja não foi a primeira a usar os vocais operísticos-ou-quase-isso dentro do female fronted, mas foi a responsável por popularizar o estilo quando o Nightwish começou a estourar em nível mundial, fazendo até aparições na infame MTV. 

Entretanto, a vocalista não ficou famosa somente pela voz, mas também pela imagem, que sempre reforçou ente os fãs o status de “deusa”, além da minha admiração, pois o universo metalhead era novidade pra mim, e descobrir uma mulher com tal destaque contou muitos pontos a favor.


Reiniciando o sistema
Poucos acreditaram na ideia, afinal, como seguir carreira solo sem ser sufocada pelo passado? Repare que eu nem falei fazer sucesso, e sim sobreviver. Foi quando os fãs tiveram um papel fundamental, apoiando a Tarja não importando as condições, mesmo que muitas vezes se comportando como verdadeiros cabeças duras.

Tarjetes, vocês tem uma parte enorme do meu respeito.

Junto com "Unia" do Sonata Arctica o "My Winter Storm" é um dos CD's mais antigos que eu ainda ouço, onde a Tarja apontava dicas do caminho que iria seguir com músicas como "Lost Northern Star", "Die Alive", "Boy And The Ghost" e a eterna "I Walk Alone".


Legende mentalmente a foto.
O meio do caminho
É interessante notar o avanço de "What Lies Beneath" em fundir o clássico e o rock, esse último com elementos melhor definidos, e o primeiro com momentos interessantes em faixas feito "Anteroom of Death" e "The Archive of Lost Dreams."

Os vídeos sofreram mudanças significativas (e positivas) tanto no conceito quanto no visual, resultando em pérolas como "Until My Last Breath II."


Créditos: Ignacio Cangelo
O primeiro ato
Gravar o primeiro álbum e DVD solo ao vivo certamente foi uma experiência marcante. Locado em Rosario (Argentina), "Act I" me fez ver o quanto a influência latina ajudou na vida da Tarja, casada de longa data com o empresário Marcelo Cabuli. Parece que foi outro fator que fez com que ela se sentisse mais a vontade de ser ela mesma.

Com um setlist de 24 músicas e 10 câmeras HD, o show cobriu músicas marcantes da passagem pelo Nightwish e a carreira solo até o momento, numa noite certamente inesquecível pra quem marcou presença no El Círculo Theatre. 


Quebrando a imagem..
"Colours In The Dark" trouxe a era de músicas envolventes, cinematográficas e pessoais, sucesso fruto também do fato de a vocalista ter acertado na escolha das pessoas para trabalhar, banda, produtores e engenheiros de som.

Foi a hora de também voltar ao clássico com o "Harus" e o "Beauty And The Beat". Houve a gravidez de Naomi. Aos poucos Tarja revelou uma imagem diferente dos boatos de frieza e distância que foram alimentados por anos, mostrando uma imagem mais.. Humana.


..E colocando outra no lugar
Quiseram os céus que Sharon den Adel convidasse a vocalista para o dueto histórico em "Paradise (What About Us?)", derrubando dois mitos: 1) mulheres do metal são sociáveis, 2) Tarja é sorridente e fácil de lidar. Não vou me alongar falando sobre o vídeo, pois dediquei um post inteiro sobre ele que você pode ler aqui.


O exemplo
Sem pestanejar eu digo que o exemplo de Tarja Turunen no Dia Internacional da Mulher é esse: a superação. Querer não é poder, mas é o primeiro passo pra você começar a ser dono do próprio nariz, lutar pelos seus sonhos e por que não, contrariar a crítica.

Ela se tornou o tipo de pessoa que eu tenho orgulho de ouvir as músicas, que eu tenho o orgulho de gostar por ser alguém tão..

Particular.