Passada a inclusão de Mike Mangini ao lineup da banda, o Dream Theater lançou o segundo disco com o baterista, e o primeiro com a sua participação total. O resultado é um dos melhores álbuns da carreira dos pioneiros do metal progressivo.


A capa simples e o título "Dream Theater" são mais adequados você pode imaginar. Nós vimos as inúmeras polêmicas que envolveram a banda, que por um tempo chegaram a ofuscar o seu brilho, mas que para nossa sorte não tiraram a majestade definitiva, o que se confirma ao ouvir renascimento de um novo grupo.


O homônimo já surpreende por não ter seções complexas, faixas dividas por atos ou conceitos rebuscados. Tudo aqui é objetivo, um grande acerto da parte da banda, que conseguiu mostrar a sua capacidade de fazer metal progressivo mesmo em durações mais amigáveis, algo pela qual eu esperei muito para ver.


As faixas ficam entre 4 a 7 minutos de duração, exceto pela abertura (com menos de 3 minutos), e o encerramento, esse sim com 22 minutos de duração. Outro destaque é que o disco é progressivo como se esperaria, porém bem pesado, me fazendo sentir um mix de Systematic Chaos e Black Clouds and Silver Linings, mas isso é apenas uma opinião pessoal.


Falar do instrumental é como sempre complicado, mas vamos a ele.


O meu favorito sem é dúvida Mangini, que mostra ser um excelente sucessor de Portnoy, com quebras de tempo interessantíssimas, além da forma empolgante na qual dita o ritmo das faixas. Petrucci cria melodias belíssimas, Myung as torna ainda mais ricas, e Rudess encaixa efeitos e orquestrações muito bons.


LaBrie também se destaca, pois sua voz calma surge como contraste em meio ao peso, o que acaba por equilibrar as músicas. E até mesmo nos momentos agressivos o vocalista não deixa a desejar. Diferente do que dizem por aí, gosto da voz dele no Dream Theater. A combinação com os instrumentos é inesperada, quase surpreendente


Destaques
The Enemy Inside: Mangini faz uma sequência rápida e difícil logo na introdução da música, que se estende por pouco mais de 1 minuto. Com a entrada dos vocais Petrucci rouba a cena, despejando riffs fortes. Impossível imaginar uma segunda faixa mais apropriada para o disco;


The Looking Glass (*): Não consigo pensar em outra definição pra faixa que não seja feliz. Toda a estrutura é "pra cima", principalmente graças à interpretação do LaBrie, que manda super na hora de cantar letras mais animadas;


Along For The Ride: De ritmo mais lento, a faixa mostra o talento impecável que a banda tem na hora de compor uma power ballad. Entretanto, a melhor parte da faixa é a letra, uma composição que vai direto pra série #MetalMotivacional que eu tanto adoro.

* faixa favorita


Conclusão
Tive medo de não gostar do disco, pois o lançamento solo do LaBrie havia me deixado com uma excelente impressão. Entretanto, o Dream Theater se mostrou maior que isso, e me conquistou de uma forma que não acontecia desde a primeira vez que eu ouvi o famoso Scenes From a Memory.


O homônimo vai bem pra todo mundo: os fãs da banda, acostumados com o virtuosismo dos músicos, vão ver que ele está mais vivo do que nunca. Os nem tão fãs também vão gostar da fase, que rendeu, inclusive, a indicação para o Grammy de Melhor Performance Metal com The Enemy Inside.

E você, acha que a banda leva a estatueta?


Formação
John Petrucci – guitarra, backing vocals
John Myung – baixo, chapman stick
James LaBrie – vocais
Jordan Rudess – teclado, continuum
Mike Mangini – bateria, percussão

Tracklist
1. False Awakening Suite
    I. Sleep Paralysis
    II. Night Terrors
    III. Lucid Dream
2. The Enemy Inside
3. The Looking Glass
4. Enigma Machine
5. The Bigger Picture
6. Behind the Veil
7. Surrender to Reason
8. Along for the Ride
9. Illumination Theory
I. Paradoxe de la Lumière Noire
    II. Live, Die, Kill
    III. The Embracing Circle
    IV. The Pursuit of Truth
    V. Surrender, Trust & Passion