Mesmo sendo apenas o segundo álbum do ReVamp, Wild Card é a soma de esforços parte dos nomes mais talentosos da cena heavy metal, a começar, é claro, por Floor Jansen. Mesmo com suas ressalvas, o resultado atende em muito às expectativas.

Com músicas casando a agressividade do death melódico e elementos progressivos, o registro logo chama atenção pela variedade de vocais: profundos, encorpados, operáticos e guturais feitos pela própria Floor, ainda surpreendendo mesmo depois de anos de carreira.

O coral também faz ótimas entradas. Créditos para Marcela Bovio (Stream of Passion) e Daniël de Jongh (Textures), que enriqueceram ainda mais o som de Wild Card.

Entretanto, não são apenas as vozes que brilham. O instrumental tem força e pegada, guitarras rápidas remetendo ao death melódico, e uma parte de metal progressivo que tornam as dez faixas agressivas, porém sinfônicas como manda o figurino do female fronted. Destaque para os pomposos teclados, muito bem conduzidos por Ruben Wijga.


Destaques
Precibus (música favorita): guitarras pesadas e viciantes são a chave da música, que tem um refrão é cativante acessível (lembro dele desde a época dos trailers). Aos três minutos ouvimos potentes guturais.. Brace yourself, Mark Jansen;

The Anatomy Of A Nervous Breakdown': Neurasthenia - riffs progressivos marcam o dueto com o multi-instrumentista Devin Townsend. A interação de vozes traduz bem conflito o interior da letra, que fala do processo de fadiga extrema que afastou Floor dos palcos por 1 ano;

Distorted Lullabies: tal como o nome sugere, o que se destaca é a melodia melancólica, que se mantém do começo ao fim e ganha reforço graças ao tocar sutil dos teclados e das aparições bem encaixadas do coro, que montam uma atmosfera na cabeça do ouvinte. 


Conclusão
Wild Card foi alvo de duras críticas por ser muito barulhento e ter discrepâncias na mixagem. No começo eu senti essa discrepância, onde os elementos do disco pareciam funcionar muito bem separados, porém na hora de uní-los, vozes e instrumentos parecial perder a coesão.

Depois de mais audições do disco, meu olhar negativo morreu. É impossível não se render a performance de Floor Jansen, por mais crítico que você seja. Dona de uma das vozes mais potentes e versáteis, ela agora alcança outro nível, mostrando uma agressividade diferente e perfeita para a ideia que deu vida ao disco. 

No geral? Saldo positivo. Vale a pena ouvir.



Formação
Floor Jansen - vocalis, guturais (exceto na faixa 10)
Matthias Landes - bateria
Arjan Rijnen - guitarra
Jord Otto - guitarra
Ruben Wijga - teclados

Músicos convidados
Mark Jansen - guturais na faixa 10
Devin Townsend - vocais na faixa 6
Marcela Bovio - coral
Johan van Stratum - baixo
Daniël de Jongh - coral

Tracklist
1. The Anatomy of a Nervous Breakdown': On the Sideline
2. The Anatomy of a Nervous Breakdown': The Limbic System
3. Wild Card
4. Precibus
5. Nothing
6. The Anatomy of a Nervous Breakdown': Neurasthenia
7. Distorted Lullabies
8. Amendatory
9. I Can Become
10. Misery's No Crime
11. Wolf And Dog